Fertilizantes: Mercado Aquecido No Primeiro Trimestre De 2002

            As entregas de fertilizantes ao consumidor final, no Brasil, em 2001, atingiram a quantidade recorde de 16,63 milhões de toneladas do produto, em comparação com 16,39 milhões de toneladas em 2000 (aumento de 1,4%). Entre os fatores que colaboraram para esse desempenho destacam-se: a) melhora nas relações de troca de algumas culturas como laranja e feijão; b) antecipação das aquisições de fertilizantes por parte dos produtores de soja; e c) crescimento estimado de 4,7 % na área cultivada no Brasil na safra 2001/2002, em relação à safra anterior, de acordo com o levantamento de fevereiro de 2001 da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). No caso da soja, principal cultura consumidora de fertilizantes, a área plantada foi de 15,65 milhões de hectares, na safra 2001/02 (acréscimo de 14,4% em relação à safra anterior).
            Em contrapartida, os produtores de café, algodão e milho reduziram o consumo de fertilizantes em 2001 devido à queda do poder aquisitivo para a compra de fertilizantes, em relação ao ano precedente, tendo em vista os baixos preços recebidos,
            A comercialização de fertilizantes no referido ano seguiu o padrão sazonal, com a concentração das vendas no segundo semestre, simultaneamente ao plantio das culturas de verão, que receberam 68,3 % do total entregue (figura 1).

Fonte: Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas, no Estado de São Paulo (SIACESP) e Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).

            Em 2002, no primeiro trimestre, as entregas de fertilizantes no País totalizaram 2,9 milhões de toneladas (um acréscimo de 16,2% em relação a igual período do ano anterior), tendo em vista a maior demanda de fertilizantes para as culturas de milho safrinha e trigo, assim como a antecipação de compras para o plantio da safra 2002/03, especialmente para a cultura da soja.
            De acordo com o critério de regionalização do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas, no Estado de São Paulo (SIACESP), constatou-se, no referido período, aumento nas entregas de fertilizantes ao consumidor final nas regiões Centro (de 17,3%), Sul (de 19,1%) e Nordeste (de 10,1%) e decréscimo na região Norte (de 13,7%). O incremento nas vendas ocorreu na maioria dos Estados brasileiros. O líder nas entregas foi São Paulo (com 667,2 mil toneladas do produto, representando 22,9% do total), seguido do Paraná ( 487,1 mil de toneladas – 16,7%) e de Minas Gerais (com 443,8 mil de toneladas – 15,2 %).
            A produção da indústria nacional de produtos intermediários para fertilizantes aumentou 18,5% no período de janeiro a março de 2002, quando foram produzidas 1,7 milhão de toneladas. Também cresceram as importações brasileiras de fertilizantes (13,1% a mais em relação ao mesmo período do ano anterior), para 1,3 milhão de toneladas. O cloreto de potássio foi o principal produto importado, respondendo por 26,9% do total, seguido de uréia (18,0 %), sulfato de amônio (17,1 %) e fosfato mono-amônio-MAP (12,6 %).
            A previsão inicial do setor é de que o consumo brasileiro de fertilizantes em 2002 cresça entre 4% e 5% em relação ao ano anterior, para cerca de 17,3 a 17,5 milhões de toneladas, tendo em vista as projeções favoráveis para o setor agrícola, cuja expectativa é de aumento da área cultivada em 2002.

 

Data de Publicação: 29/05/2002

Autor(es): Célia Regina Roncato Penteado Tavares Ferreira Consulte outros textos deste autor