Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro do Primeiro Bimestre de 2016

No primeiro bimestre de 2016, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$6,44 bilhões (26,2% do total nacional) e as importações2,US$7,88 bilhões (38,2% do total nacional), registrando um deficit de US$1,44 bilhão. Em relação ao primeiro bimestre de 2015, o valor das exportações paulistas aumentou 3,2% e o das importações diminuiu 31,8%, ocasionando queda no deficit comercial (-72,9%) (Figura 1). Comparando-se o primeiro bimestre de 2016 com o mesmo período de 2015, as exportações paulistas subiram (+3,2%), enquanto as exportações brasileiras caíram (-4,7%); nas importações, o decréscimo em São Paulo (-31,8%) foi menor do que no Brasil (-35,1%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista registrou queda de 72,9%, enquanto a balança comercial brasileira – deficitária em 2015 – registrousuperavit de US$3,96 bilhões.


 

O agronegócio3 paulista apresentou exportações crescentes (+16,2%), atingindo US$2,65 bilhões, enquanto as importações caíram (-16,5%), somando US$0,76 bilhão, resultando em aumento de 38,0% no saldo comercial em relação aos dois primeiros meses de 2015, atingindo US$1,89 bilhão (Figura 2).


 

                Há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$7,12 bilhões, e as exportações US$3,79 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$3,33 bilhões. Assim, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se positivo e crescente.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado subiu 4,6 pontos percentuais, enquanto a participação das importações subiu 1,7 ponto percentual, comparando-se o primeiro bimestre de 2016 com o de 2015 (Figura 3).



A balança comercial brasileira registrou superavit de US$3,96 bilhões no primeiro bimestre de 2016, com exportações de US$24,59 bilhões e importações de US$20,63 bilhões. O superavit comercial resultou da queda nas exportações (-4,7%) inferior à das importações (-35,1%) (Figura 4).


 

No primeiro bimestre de 2016, as exportações do agronegócio brasileiro aumentaram 10,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo US$11,69 bilhões (47,5% do total). Já as importações do setor caíram 23,7%, também comparadas com o primeiro bimestre de 2015, somando US$1,87 bilhão (9,1% do total). O superavit do agronegócio no primeiro bimestre de 2016 foi de US$9,82 bilhões, sendo 21,2% superior ao do mesmo período no ano passado (Figura 5).

 


Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações de US$12,90 bilhões e importações de US$18,76 bilhões, produziram no período um deficit de US$5,86 bilhões.

A participação do agronegócio nos totais do País aumentou em termos das exportações (+6,6 pontos percentuais) e também com relação às importações (+1,4 ponto percentual) (Figura 6).


 

A participação paulista no total da balança comercial brasileira aumentou em termos das exportações (+2,0 pontos percentuais) e também no tocante às importações (+1,9 ponto percentual) (Figura 7).



Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no primeiro bimestre de 2016 representaram 22,7%, ou seja, 1,1 ponto percentual a mais que nos dois primeiros meses de 2015, enquanto as importações representaram 40,6%, também percentual superior ao verificado no ano passado (+3,5 pontos percentuais) (Figura 8).


 

 

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1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

 

2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

 

3Os grupos de produtos dos agronegócios podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat. Brasília: MAPA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/portal/
page/portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/servicos-e-sistemas/sistemas/agrostat>. Acesso em: mar. 2016.

 

 Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.

Data de Publicação: 29/03/2016

Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor