Este artigo procura refletir sobre a realidade da pequena produção de leite no Estado de São Paulo e trazer um conjunto de sugestões que possam contribuir tanto no trabalho de organização dessa categoria de produtores quanto para uma melhor gestão empresarial da atividade, atenuando assim o seu processo de expulsão. Considera, em síntese, que a reversão do quadro de estagnação da atividade e a atenuação do processo de alijamento da pequena produção na cadeia produtiva do leite, de maneira a torná-la auto-sustentável e competitiva, exigem uma atuação política pública mais ampla do que os tradicionais instrumentos voltados para o setor e que contribuíram para promover a denominada modernização da agricultura brasileira. Entretanto, num contexto de globalização e de séries restrições orçamentárias, não se deve esperar grandes mudanças a curto prazo. Daí a necessidade de o produtor de leite, em particular o pequeno, se conscientizar do seu papel de integrante da cadeia produtiva e reivindicar participação ativa e direta nas decisões, como condição para integrar-se de forma concreta no processo competitivo do agronegócio do leite.