Tomate Industrial: Custo De Produção Para A Safra 2002/03

            O custo operacional de produção de tomate destinado à industrialização, considerada a principal região de produção no Estado de São Paulo — oa EDR de Novo Horizonte —, em 2002/2003, está sendo estimado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) em R$ 6.560,20 por hectare, para uma produção média de 59.172 kg, o que significa um custo médio de R$111,00 por tonelada.
            Analisando-se a composição do custo, verifica-se que as despesas com os itens mão-de-obra (volante e tratorista) e maquinário empregado na produção respondem por cerca de 20% do custo total de produção, enquanto que só a operação de colheita realizada sob o regime de empreita responde por 24% do gasto total1. O item que isoladamente mais onera o custo operacional total fica por conta dos gastos com materiais consumidos na atividade, que atingem 49% do total. Os demais itens (depreciação de máquinas, juros sobre o capital de custeio e valor de arrendamento) respondem pelos 7% restantes. Cabe destacar que se considerou apenas a metade do valor do arrendamento na composição desse item, já que, para evitar a incidência de doenças, o produtor utiliza a mesma terra para outro cultivo anual.
            Na safra passada, o preço médio pago ao produtor foi de R$85,00/t, chegando a atingir R$100,00/t, dependendo da qualidade do produto e da menor oferta no final do período de safra. Se o preço médio permanecer nesse patamar em 2003, somente os produtores que conseguirem produtividade superior à média regional não terão dificuldades em cobrir o custo estimado de produção para a próxima safra. Assim, é imprescindível que no acordo individual, entre indústria e produtor, ainda por ser firmado, isso seja levado em consideração para que não ocorra recuo da área a ser plantada em 2003. Em 2002, a área de plantio com tomate rasteiro no Estado atingiu 3,57 mil hectares, apresentando um incremento de 12,3% em relação à safra anterior, o que resultou em produção de 256,25 mil toneladas, 24% maior que a obtida em 2001.
            A expectativa, entretanto, é de que as condições de negociação da safra sejam favoráveis ao produtor, tendo em vista que com a evasão de grandes unidades processadoras para outros estados da Federação, atraídas pelas isenções de impostos, as pequenas empresas processadoras encontraram espaço para sua expansão, tendo havido desde fusões até mesmo instalação de novas unidades. Em vista disso, espera-se que a demanda pelo produto se mantenha firme, facilitando os acordos individuais de comercialização e, consequentemente, senão o aumento pelo menos a manutenção da área de plantio estadual.
 

1 No valor da mão-de-obra de tratorista já estão computados o 13º salário, as férias e os domingos e feriados; no custo horário da maquinaria não se consideraram as depreciações, as quais aparecem itemizadas no final da planilha.

Tabela1 - Estimativa de Custo Operacional do Tomate Industrial, Produção de 59172 kg, Por Hectare, EDR de Novo Horizonte,2002/2003

1- Operação Mão-de-obra Trator Grade Pes. Arado Grade Niv. Dist. Calc. Sem./Adub. Cultiv. Apar.Irrig. Pulv. Carreta Total
Tratorista Volante ( 75 CV) (16d) (4d) (32d) (Lancer 2500) (4 a 8 l) (6 enx.) (164CV) (bar.hid.600) (4t) (R$)
Gradeação pesada (2x) 3,74 - 3,74 3,74 - - - - - - - -  
Aração (1x) 3,26 - 3,26 - 3,26 - - - - - - -  
Gradeação niveladora (3x) 4,02 - 4,02 - - 4,02 - - - - - -  
Aplicação de herbicida (1x) 1,02 - 1,02 - - - - - - - 1,02 -  
Calagem (2 em 2 anos) 0,89 - 0,89 - - - 0,89 - - - - -  
Sulcação e Adubação 1,27 - 1,27 - - - - 1,27 - - - -  
Plantio de Muda  - 76,09 - - - - - - - - - -  
Adububação de Cobertura (2x) 2,62 - 2,62 - - - - 2,62 - - - -  
Carpa Manual (2x) - 88,60 - - - - - - - - - -  
Carpa Mecânica (3x) 4,75 - 4,75 - - - - - 4,75 - - -  
Irrigação (Aspersão) (10x) - 36,04 - - - - - - - 13,05 - -  
Pulverização (22x) 13,84 - 13,84 - - - - - - - 13,84 -  
Esparramar caixas 0,43 1,27 0,43 - - - - - - - - 0,43  
Transporte ao Carreador 6,20 27,38 6,20 - - - - - - - - 6,20  
Total de Horas 42,04 229,38 42,04 3,74 3,26 4,02 0,89 3,89 4,75 13,05 14,86 6,63  
Custo Horário sem Deprec. 2,56 1,88 15,9 2,72 0,7 1,76 1,25 1,31 0,28 1,65 3,13 0,48  
Despesas com Operações 107,62 431,23 668,44 10,17 2,28 7,08 1,12 5,09 1,33 21,53 46,51 3,18 1305,58
Transp. de Pessoal e Colheita (empreita) 2630 cx. 22,5 kg por ha                   1577,92
2- Material Consumido Unidade Quantidade Preço (R$) Valor (R$)
Muda u 27082,00 0,025 677,05
Calcário 1 kg 906,00 0,044 39,63
Adubo 4-30-16 kg 1403,00 0,694 973,63
Adubo 12-00-24 kg 368,00 0,605 222,64
Oxicloreto de cobre kg 28,97 7,73 223,94
Ridomil l 4,13 61,35 253,38
Folicur kg 1,10 90,8 99,88
Chlorothalomil kg 8,00 42,04 336,32
Lannate l 4,31 22,67 97,71
Tamaron   l 4,35 21,89 95,22
Trifluoralina l 1,51 8,84 13,35
Match l 1,92 77,89 149,55
Espalhante adesivo ( extravon ) l 2,70 5,64 15,23
Despesa com Material consumido        
Custo Operacional Efetivo        
Depreciação das Máquinas Utilizadas        
Juros sobre o Capital de Custeio        
Arrendamento da terra 2        
Custo Operacional Total por Hectare        
Custo Operacional Total por kg        
1  Foi considerada apenas a metade da dosagem devido ao efeito residual por 2 anos.
2  Foi considerada apenas a metade da despesa no ano
 


 

Data de Publicação: 01/12/2002

Autor(es): Paul Frans Bemelmans Consulte outros textos deste autor
Marina Brasil Rocha (mabrasil@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor