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Flores: desempenho do comércio exterior no primeiro semestre de 2005
Nos
últimos quatro anos, o setor de comércio exterior brasileiro de produtos da
floricultura tem mostrado um dinamismo não observado no período precedente. No
período 2001-2004, o valor das exportações cresceu 22% ao ano, enquanto entre
1989 e 2000 a taxa anual de crescimento foi de 2,6%.
No primeiro semestre de 2005, as exportações do setor acumularam US$ 14 milhões, segundo os dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (SECEX-MDIC)1. O crescimento foi de 19,5% em relação ao mesmo período de 2004, com indicativos de que o setor está seguindo com grande margem de segurança o – difícil – caminho de expansão no cenário internacional (figura 1).
O grupo2 que apresentou maior variação no valor exportado foi o de bulbos (+55,9%), seguido de flores (+20,3%) e de mudas (+11%). Por outro lado, o grupo de folhagens continua decrescente (-0,9%). Os produtores do grupo de folhagens devem intensificar os contatos com Portugal, Alemanha e Itália, três únicos parceiros comerciais que aumentaram a compra do produto brasileiro em 2004. No período, o saldo da balança comercial, grupo, por foi superavitário em todos os grupos analisados (figura 2).
Digno de nota é o desempenho das exportações de flores de corte que apresentaram taxa anual de crescimento
de 107% no período 2001-2004, contra tendência decrescente (-17% ao ano) do
período 1989-2000. Esta expansão recente foi impulsionada, em primeiro lugar,
pelas compras de flores frescas brasileiras para buquês por parte dos Estados
Unidos, seguidos da Holanda, maior parceiro comercial do Brasil e líder na
produção e comércio de produtos da floricultura no mundo.
Julho tem sido o mês de pico das exportações do setor. Assim, o aumento no valor
exportado em junho de 2005, de 36,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior, é
grande indicativo de que se pode alcançar desempenho semelhante em julho (figura
3).
Grandes chances de expansão poderão vir dos países cujas taxas anuais de
crescimento, no período 2001-2004 (fase pós FloraBrasilis), foram superiores às
do período 1989-2000. São eles: Holanda (24,2% ao ano), Estados Unidos (76%),
Alemanha (21,6%), Bélgica (194,4%) e Chile (47,8%).
A floricultura brasileira deve maximizar as oportunidades de mercado já conquistadas e a conquistar no cenário internacional, pois o comércio internacional de produtos do setor teve crescimento médio anual de 6% entre 1999 e 20033.4
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1Considerou-se nesta análise o grupo de produtos especificados na Nomenclatura Comum do Mercosul, NCM 06 da SECEX/MDIC - Secretaria de Comércio Exterior, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Exportação, Importação e o Saldo da Balança Comercial brasileira de plantas vivas e produtos da floricultura. Disponível em http://aliceweb.mdic.gov.br/consulta_nova/resultadoConsulta.asp.
Acesso em 18 de julho de 2005.
2 O Capítulo 06 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)
é composto por quatro agrupamentos de produtos: de Bulbos (bulbos, tubérculos,
rizomas, etc.), de Mudas (mudas de plantas ornamentais, de orquídeas, etc.), de
Flores (flores cortadas para buquês, frescas ou secas) e Folhagens (folhas,
folhagens e musgos para floricultura). No grupo de mudas, estão incluídos os de
não-ornamentais como café, cana e videira, em valores ínfimos.
3 LAWS, Nancy. 2003: a strong year for floriculture. FloraCulture International,
Batavia, v.15, n.2, p.26-29, 2005.
4 Artigo registrado no CCTC-IEA sob número HP-72/2005
Data de Publicação: 11/08/2005
Autor(es):
Ikuyo Kiyuna Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Paulo José Coelho (pjcoelho@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor