Análise De Custos E Rentabilidade De Alternativas De Plantio Direto E Convencional: Estudo De Caso Para Um Sistema De Rotação Em São Paulo

Dos 13,47 milhões de hectares ocupados com o plantio direto no Brasil, por volta de 4 milhões (ou 31%) localizam-se no Paraná. O restante encontra-se concentrado nos estados federativos das regiões centro-oeste, sudoeste e sul (COMO LER, 2001). Em relação ao total, a participação paulista é bastante baixa (em torno de 4%). Informa-se uma participação de 550 mil hectares, significando atualmente 35% da área total de grãos no Estado (PLANTIO, 2001). O aumento dessa área tem sido estimulado por meio da implantação recente de políticas públicas do governo estadual.
            Este estudo tem o objetivo fazer uma avaliação econômica do sistema de plantio direto na produção de grãos. Para isso, foram levantadas informações de uma propriedade rural da região de Ourinhos (SP), que utiliza alta tecnologia na produção e já adota essa técnica tradicionalmente.
            As culturas analisadas foram milho, soja, girassol e aveia, formando um modelo de rotação. Os sistemas de produção foram classificados conforme os sistemas de plantio (direto na palha e convencional), associados ao controle de ervas daninhas com diferentes aplicações de herbicidas: plantio direto onde T1 = plantio e aplicação simultânea de herbicida, T2 = plantio seguido de aplicação de herbicida pré-emergente e T3 = plantio seguido de aplicação de herbicida pós-emergente; e convencional onde T4 = plantio seguido de aplicação de herbicida pré-emergente e T5 = plantio e aplicação simultânea de herbicida.
            Nos custos de produção e análise de rentabilidade, considerou-se apenas o ano agrícola 2000/2001, conforme metodologia de MARTIN et al. (1998). A estrutura é a seguinte: custo operacional (CO), que são as despesas efetuadas com insumos, operações de máquinas, veículos e equipamentos; e custo operacional total (COT) que é o custo operacional acrescido de encargos sociais, contribuição à seguridade social rural, seguro para as culturas de verão de acordo com a região de plantio, juros de custeio, depreciação de máquinas, outros custos fixos de máquinas relativos a abrigo, seguro e juros sobre o capital investido em máquinas.
            Para as culturas de milho, soja e girassol consideraram-se produtividades de 110 sacas por hectares, 50sc/ha e 39sc/ha, respectivamente. Para a cultura da aveia, consideraram-se duas situações: 1) produção de grão para a extração de óleo (1500 quilos por hectare); e 2) utilização da matéria verde cortada como cobertura. O protótipo citado nos sistemas de produção T1 e T5 refere-se à montagem de um equipamento de semeadoras-adubadoras-pulverizador que realiza simultaneamente as operações de plantio, adubação e aplicação de herbicidas.
 
Resultados
            Apresentam-se os resultados obtidos nos cálculos dos custos de produção e a análise dos indicadores de rentabilidade para as culturas estudadas.

Custos de produção
            Para a cultura do milho, o sistema T1 apresentou os menores valores de COT (R$615,89/ha ou R$5,60/sc de 60 kg) (Tabela 1). Esse resultado é favorável devido ao uso do protótipo na operação de plantio, aliado ao preço relativo dos herbicidas utilizados para o controle de plantas daninhas.

Tabela 1. Participação percentual dos itens componentes do custo de produção para a cultura do milho, para 5 sistemas de produção, produção de 6.600kg (110sc de 60 kg), hectare, Fazenda Velha Lagoa, Município de Campos Novos Paulista, Estado de São Paulo, safra 2000/2001

Item T1 R$
% CO

COT
T2 R$
%
CO
%
COT
T3 R$
%
CO
%
COT
T4 R$
%
CO
%
COT
T5 R$

CO
%
COT
Máquinas
55,46
11
9
58,24
11
9
61,20
10
9
95,57
18
14
92,92
18
14
Mão-de-obra
11,21
2
2
12,56
2
2
13,61
2
2
20,33
4
3
19,28
4
3
Operação de máquinas
66,67
13
11
70,80
14
11
74,81
13
11
115,90
22
17
112,20
22
17
Herbicida
92,80
18
15
92,80
18
15
169,50
29
24
62,80
12
9
62,80
12
10
Outros materiais
344,43
68
56
344,43
68
55
344,43
59
48
3444,43
66
52
344,43
66
53
Despesas com Material
437,22
87
71
437,22
86
69
513,73
87
72
407,22
78
61
407,22
78
62
Custo Operacional 
503,90
100
82
508,02
100
80
588,73
100
83
523,13
100
79
519,42
100
79
Depreciação de máquinas
27,73
5
37,80
6
30,49
4
40,29
6
38,07
6
Outros custos fixos de máquinas 
29,63
5
30,32
5
31,34
4
41,36
6
40,67
6
Custos fixos da cultura
54,63
9
55,30
9
59,95
8
58,67
9
55,72
9
Custo Operacional Total 
615,89
100
631,43
100
710,51
100
663,43
100
653,89
100
Custo por sc
5,60
5,74
6,46
6,03
5,94

Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa

            Os sistemas de plantio convencional (T4 e T5) apresentam os maiores valores de custo por hectare e por saca produzida, assim como maior participação percentual do item operação de máquinas (18% no CO e 14% no COT), devido ao maior número de horas máquinas utilizadas principalmente nas operações de preparo do solo (Tabela 2).

Tabela 2. Utilização de horas máquinas por hectare para as culturas analisadas nos diferentes sistemas de produção, em h/ha

Milho
Soja
Girassol
Aveia
Sistema 
Trator
Colhe-

dora

Trator
Colhedora
Trator
Colhe-

dora

Trator
Colhedora
145cv
80cv
Total
145cv
80cv
Total
145cv
80cv
Total
Sist.
145cv
80cv
Total
T1
0,67
1,04
0,71
2,42
0,77
1,08
0,67
2,52
0,67
0,80
0,67
2,14
Palha
0,5
1,84
-
2,34
T2
0,67
1,28
0,71
2,66
0,67
1,56
0,67
2,90
0,67
1,04
0,67
2,38
Grão
0,5
0,60
0,50
1,60
T3
0,67
1,52
0,71
2,90
0,67
1,32
0,67
2,66
0,67
1,28
0,67
2,62
T4
2,20
2,28
0,71
5,19
2,24
2,32
0,67
5,23
2,20
2,04
0,67
4,91
T5
2,20
2,04
0,71
4,95
2,34
2,08
0,67
5,09
2,20
1,80
0,67
4,67

Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa

            Entre os sistemas de plantio direto, o sistema T3 apresenta o maior custo de produção, inviabilizado pelo preço relativo do herbicida. Enquanto nos sistemas T1 e T2 a participação percentual deste item é de 18% no CO e 15% no COT, em T3 essa participação eleva-se para 29% e 24%, respectivamente.
            Na cultura da soja, o sistema T3 apresentou o menor custo de produção, com COT de R$387,80 por, hectare e R$7,76 por saca de 60kg (Tabela 3).

Tabela 3. Participação percentual dos itens componentes do custo de produção para a cultura da soja, para 5 sistemas de produção, produção de 3.000kg (50 sacos de 60 kg), hectare, Fazenda Velha Lagoa, Município de Campos Novos Paulista, Estado de São Paulo, safra 2000/2001
 

Item T1 R$
%
CO
%
COT
T2 R$
%
CO
%
COT
T3 R$
%
CO
%
COT
T4 R$
%
CO

COT
T5 R$
%
CO
%
COT
Máquinas
57,40
20
15
60,84
21
15
57,87
20
15
95,95
31
22
95,52
31
22
Mão-de-obra
12,13
4
3
13,92
5
3
12,87
4
3
20,76
7
5
20,02
7
5
Operação de máquinas
69,53
24
18
74,76
25
19
70,74
25
18
116,71
38
27
115,54
38
27
Herbicida
76,20
26
20
76,20
26
19
70,88
25
18
46,20
15
11
46,20
15
11
Outros materiais
144,56
50
37
144,56
49
36
144,56
51
37
144,56
47
33
144,56
47
33
Despesas com Material
220,76
76
57
220,76
75
55
215,44
75
56
190,51
62
44
190,77
62
44
Custo Operacional 
290,29
100
74
295,52
100
74
286,18
100
74
307,23
100
71
306,31
100
70
Depreciação de máquinas
29,33
8
30,35
8
28,75
7
40,38
9
40,81
9
Outros custos fixos de máquinas 
29,69
8
30,22
8
29,20
8
40,45
9
40,27
9
Custos fixos da cultura
46,63
12
50,65
13
49,74
13
53,65
12
53,33
12
Custo Operacional Total 
390,65
100
400,67
100
387,80
100
435,60
100
435,21
101
Custo por sc
7,81
8,01
7,76
8,71
8,70

Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa 
            Para os sistemas T1, T2 e T3, o item de despesa com máquinas apresentou a mesma participação no CO e no COT, de 20% e 15% respectivamente, com pequenas diferenças no uso de mão-de-obra, o que os diferencia no item operações de máquinas. A vantagem apresentada no sistema T3, em relação ao T2, é o número de aplicações de herbicidas e inseticidas. No sistema T2, fazem-se cinco pulverizações, enquanto no sistema T3 a combinação entre herbicidas e inseticidas permite a realização de somente quatro pulverizações.
            Os sistemas T4 e T5, que realizam o plantio convencional, apresentaram os maiores custos totais e também as maiores participações no item operações de máquinas, com 38% no CO e 27% no COT. A alta participação deste item acarreta aumento de pelo menos 10 pontos percentuais nos itens referentes à depreciação e outros custos fixos de máquinas, em relação aos sistemas de plantio direto, em conseqüência principalmente do maior número de horas máquinas utilizadas nas operações que envolvem o preparo do solo (Tabela 2).
            O menor custo de produção do girassol foi o do sistema T3 com COT de R$415,78/ha e R$3,78/sc de 60kg. Embora este sistema tenha apresentado participação percentual maior que a dos sistemas T1 e T2 (Tabela 4), o menor gasto no item herbicida é que viabilizou o menor custo de T3. Enquanto os sistemas T1 e T2 apresentam participação de 37% no CO e de 30% no COT, o dispêndio com herbicidas no sistema T3 onera o custo em 19% e 15% respectivamente. A diminuição neste item em T3 anula o efeito causado pelo maior custo do item operações de máquinas.

Tabela 4. Participação percentual dos itens componentes do custo de produção para a cultura do girassol, para 5 sistemas de produção, produção de 2.350kg (39sc de 60 kg), hectare, Fazenda Velha Lagoa, Município de Campos Novos Paulista, Estado de São Paulo, safra 2000/2001
 

Item T1 R$
%
CO
%
COT
T2 R$
%
CO
%COT
T3 R$
%
CO
%
COT
T4 R$
%
CO
%
COT
T5 R$
%
CO
% COT
Máquinas
46,28
11
10
49,05
12
10
52,02
16
13
86,39
20
16
83,72
20
16
Mão-de-obra
9,29
2
2
10,33
3
2
11,38
3
3
18,10
4
3
17,06
4
3
Operação de máquinas
55,57
14
12
59,38
15
12
63,40
19
15
104,49
25
20
100,78
24
19
Herbicida
151,50
37
31
151,50
37
30
62,90
19
15
121,50
29
23
121,50
29
23
Outros materiais
197,30
49
41
197,30
48
40
197,30
59
47
197,30
47
37
197,30
47
38
Despesas com Material
348,80
86
72
348,80
85
70
270,20
81
65
318,80
75
60
318,80
76
61
Custo Operacional 
404,36
100
84
408,18
100
82
333,59
100
80
423,29
100
80
419,58
100
80
Depreciação de máquinas
24,09
5
34,16
7
26,85
6
36,64
7
34,43
7
Outros custos fixos de máquinas 
26,60
6
27,29
5
28,31
7
38,33
7
37,64
7
Custos fixos da cultura
27,85
6
28,28
6
27,03
7
31,17
6
30,75
6
Custo Operacional Total 
482,91
100
497,91
100
415,78
100
529,42
100
522,40
100
Custo por sc
4,39
4,53
3,78
4,81
4,75

Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa


            Os sistemas T2 e T3, de plantio direto, diferem em relação ao número de herbicidas utilizados. Enquanto o sistema T2 utiliza dois produtos em uma única aplicação, o sistema T3 utiliza dois produtos em duas aplicações, evidenciando que o preço relativo dos herbicidas é maior que o custo relativo da operação de aplicação dos produtos.
            Também nesta cultura os sistemas T4 e T5, de plantio convencional, apresentam os maiores custos e os maiores números de horas-máquinas nas operações, com comportamento semelhante ao das culturas de milho e soja onde apresentam níveis de utilização 50% superiores aos do plantio direto (Tabela 2).
            A cultura da aveia apresentou um sistema de produção diferenciado do das outras culturas, optando-se por dois sistemas. A comparação entre eles é dificultada pelo fato de serem utilizados com diferentes objetivos (Tabela 5).

Tabela 5. Participação percentual dos itens componentes do custo de produção para a cultura da aveia, para 2 sistemas de produção, produção de 1.500kg de grão, hectare, Fazenda Velha Lagoa, Município de Campos Novos Paulista, Estado de São Paulo, safra 2000/2001
 

Item GRÃO R$
% CO
% COT
PALHADA R$
%  CO
% COT
Máquinas
39,10
13
11
31,58
9
9
Mão-de-obra
7,59
3
2
8,76
3
3
Operação de máquinas
86,35
16
13
40,34
12
12
Herbicida
54,09
18
16
84,09
25
24
Outros materiais
192,07
66
55
192,07
56
55
Despesas com Material
246,15
84
71
276,15
81
79
Custo Operacional 
292,85
100
84
341,49
100
91
Depreciação de máquinas
19,48
6
16,40
5
Outros custos fixos de máquinas 
20,54
6
12,23
4
Custos fixos da cultura
14,97
4
2,89
1
Custo Operacional Total 
347,84
100
348,01
100
Custo por sc
0,23

Fonte: Elaborada a partir dos dados da pesquisa


            O custo de produção de grãos é muito próximo ao da produção da palhada. A principal diferença está na operação de máquinas, que, no caso de grãos, representa 13% e 11% respectivamente dos custos operacional e operacional total (na produção de palhada, a participação nos dois custos é de 9%). A Tabela 2 apresenta o número de horas utilizadas com máquinas nos dois sistemas. Para produção de palhada, utiliza-se maior quantidade de herbicida de dessecação, o que torna o custo com materiais maior do que na produção de grãos.

Indicadores de rentabilidade
            No milho, os indicadores de rentabilidade mais favoráveis foram os dos sistemas T1 e T2, com pequenas diferenças, dados a produção de 110 sacas por hectare e o preço de venda de R$9,50 a saca (Tabela 6).

Tabela 6. Indicadores econômicos para análise da rentabilidade da cultura do milho
 

Indicador
T1
T2
T3
T4
T5
Receita bruta1 (R$/ha)
1.045,00
1.045,00
1.045,00
1.045,00
1.045,00
Fluxo de caixa (R$)
456,84
451,37
364,98
421,86
429,18
Margem bruta (CO) (%)
107
106
78
100
101
Margem Bruta (COT) (%)
70
65
47
58
60
Ponto de equilíbrio (CO) (sc)
53
53
62
55
55
Ponto de equilíbrio (COT) (sc)
65
66
75
70
69
Lucro operacional (R$)
429.11
413,57
334,49
381,57
391,11
Índice de lucratividade (%)
41
40
32
37
37

1 Produção de 110sc/ha e preço de venda de R$9,50/sc.
Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa

            A margem bruta e o ponto de equilíbrio apresentam, em relação ao CO, os mesmos valores para os dois sistemas (107% e 53 sacas por hectare). Isso indica que possuem os mesmos valores para remunerarem os custos restantes e devem produzir no mínimo 53 sacas por hectare para cobrir as despesas com o CO.
            Embora o lucro operacional (LO) do sistema T1 seja 4% maior que o do T2, o índice de lucratividade (IL) de T1 (41%) é apenas 1% superior ao de T2 (40%), indicando que os recursos disponíveis, após a cobertura do COT em relação à renda bruta, são muito próximos nos dois sistemas. Nos sistemas de produção de plantio convencional, tanto o LO quanto o IL mostram-se os menos favoráveis para uma boa rentabilidade da cultura.
            Dados a produção de 50 sacas por hectare e o preço de venda de R$19,00 por saco, o sistema de produção T2 apresenta os melhores indicadores de rentabilidade na cultura da soja (Tabela 7). 

Tabela 7. Indicadores Econômicos para Análise da Rentabilidade da Cultura da Soja
 

Indicador
T1
T2
T3
T4
T5
Receita bruta1 (R$/ha)
950,00
950,00
950,00
950,00
950,00
Fluxo de caixa (R$)
588,68
579,68
590,95
555,60
555,60
Margem bruta (CO) (%)
227
221
232
209
210
Margem Bruta (COT) (%)
143
137
145
118
118
Ponto de equilíbrio (CO) (sc)
15
16
15
16
16
Ponto de equilíbrio (COT) (sc)
21
21
20
23
23
Lucro operacional (R$)
559,35
549,33
562,20
514,79
514,79
Índice de lucratividade (%)
59
58
59
54
54

1 Produção de 50sc/ha e preço de venda de R$19,00/sc.

Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa

            As 30 sacas que restam da produção, após atingir o ponto de equilíbrio em relação ao COT (20 sacas), apontam um LO de R$562,00 por hectare, reflexo da maior margem bruta entre os sistemas de produção analisados. O LO é 59%, refletindo alta competitividade, principalmente em relação aos sistemas de plantio convencional, T4 e T5, com índices de 54%.
            Na cultura do girassol (produção de 39 sacas por hectare e preço de venda de R$18,00/kg), o sistema T3 é o mais competitivo em termos de rentabilidade (Tabela 8).

Tabela 8. Indicadores econômicos para análise da rentabilidade da cultura do girassol
 

Indicador
T1
T2
T3
T4
T5
Receita bruta1 (R$/ha)
702,00
702,00
702,00
702,00
702,00
Fluxo de caixa (R$)
243,18
238,25
313,07
209,22
214,03
Margem bruta (CO) (%)
53
51
80
42
44
Margem Bruta (COT) (%)
74
72
110
66
67
Ponto de equilíbrio (CO) (sc)
24
24
20
26
26
Ponto de equilíbrio (COT) (sc)
21
21
18
22
22
Lucro operacional (R$)
297,64
293,82
368,41
278,71
282,42
Índice de lucratividade (%)
42
42
52
40
40

1 Produção de 39sc/ha e preço de venda de R$18,00/sc.

Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa


            No sistema T3, o ponto de equilíbrio em relação ao COT é de 18 sacas, enquanto nos sistemas T1 e T2 esse valor é de 21 sacas, exigindo produção de três sacas a mais por hectare para cobrir o mesmo tipo de custo. O IL do sistema T3 é 10 pontos percentuais superior ao dos sistemas T1 e T2. Ao se comparar este índice com os do sistema de plantio convencional, a superioridade é de 12 pontos percentuais, apontando o sistema T3 como de alta competitividade em relação às condições apresentadas.


            A cultura da aveia mostrou desempenho ineficiente para o sistema de produção de grãos (Tabela 9). Todos os índices indicam que, neste nível de custo, a produção do grão é inviável. O sistema de produção de aveia para palhada oferece maiores benefícios, mesmo que estes sejam intangíveis.

Tabela 9. Indicadores Econômicos para Análise da Rentabilidade da Cultura do Milho
 

Indicador
GRÃO
PALHADA
Receita bruta1 (R$/ha)
270,00
-
Fluxo de caixa (R$)
-3,37
-
Margem bruta (CO) (%)
-1
-
Margem Bruta (COT) (%)
-8
-
Ponto de equilíbrio (CO) (kg)
1.274
-
Ponto de equilíbrio (COT) (kg)
1.513
-
Lucro operacional (R$)
-22,85
-
Índice de lucratividade (%)
-8
-

1 Produção de 1.500kg/ha e preço de venda de R$0,18/kg
Fonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa

Conclusão

            Para todas as culturas analisadas, os custos de produção dos sistemas de plantio direto são menores que os de plantio convencional. Entre os sistemas de plantio direto, os que apresentaram maior rentabilidade foram os mesmos que possuem menores custos totais e por saca. Entre estes, os que possuem menores gastos com herbicida mostraram-se mais competitivos.

Referências bibliográficas

DERPSCH, R. Expansão mundial do plantio direto. Plantio Direto, no.59, set/out., 2000.

MARTIN, N. B.; SERRA, R.; OLIVEIRA, M. D. M.; et al. Sistema Integrado de Custos Agropecuário- CUSTAGRI. Informações Econômicas, São Paulo, v.28, n.1, jan. 1998.

PLANTIO direto é usado em 44% da área agrícola. Agrolink, no. 864, 24 de agosto de 2001.

Data de Publicação: 12/04/2002

Autor(es): Marli Dias Mascarenhas Oliveira (marlimascarenhasoliveira@gmail.com) Consulte outros textos deste autor
Alceu De Arruda Veiga Filho Consulte outros textos deste autor