Previsões E Estimativas Das Safras Agrícolas Do Estado De São Paulo, Ano Agrícola 2000/01, 2o Levantamento, Novembro De 2000

           O Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) realizaram durante o mês de novembro de 2000 levantamento para as primeiras previsões de produção e de produtividade das principais culturas do Estado de São Paulo, relativas à safra agrícola 2000/2001.
            Os resultados obtidos indicaram que a soma das áreas cultivadas com algodão, arroz, amen-doim, batata e feijão das águas, milho e soja apresentou aumento de apenas 2,9%, em relação a do ano anterior, atenuando a expectativa do levantamento de setembro de 2000 (intenção de plantio) quando a previsão era de acréscimo de 6,5%. Tal situação deve-se, provavelmente,  às condições climáticas adversas no período de plantio das culturas.
            Para o algodão espera-se aumento de 3,9% na área plantada e de 4,4% na produtividade, em comparação à safra passada, o que pode estar relacionado às condições favoráveis de mer-cado.
            Na cultura do amendoim das águas foram previstos acréscimos de 3,6% na área e de 7,6% na produção, comparativamente à 1999/ 2000, justificados pela boa produtividade, devido à expansão do cultivo em áreas de reforma de canaviais e ao estímulo dos bons preços obtidos na safra passada.
            Os dados referentes ao arroz mostraram queda de 7,8% na área e aumento de 10% na produ-tividade. Essa redução de plantio pode ser explicada pelos baixos preços recebidos pelos produtores na safra 1999/2000.
Para a cultura da batata das águas o resultado obtido foi de decréscimo de 2,7% na área plantada e de 6,1% na produção, em virtude dos baixos preços ocorridos na correspondente safra pas-sada.
            As informações desse levantamento confirmam as obtidas em setembro para a cultura do fei-jão das águas, uma vez que houve uma estabilidade de área e as boas condições climáticas favorece-ram melhor produtividade, resultando em  1.311kg/ha, 6,5% maior que a da safra das águas do ano passado.
            Os resultados do presente levantamento mostraram reduções de 11,6% na área plantada e de 7,2% na produção de mamona, em comparação à 1999/2000, confirmando o desinteresse dos agriculto-res quanto ao plantio dessa cultura no Estado, dado que ocupa apenas 2.510 hectares.
            Com relação ao milho deve-se atentar para o fato de que as condições climáticas foram favo-ráveis à cultura, ao contrário do que ocorreu nos dois últimos anos. Aliado a isso,  houve maiores inves-timentos na safra 2000/2001, refletindo-se em acréscimo de 4% na produtividade em relação à 1999/2000. O aumento previsto de 9,7% na área  plantada está relacionado às boas condições de mer-cado durante a comercialização da safra anterior.
            As culturas da soja e do milho são substitutivas, o que pode explicar a diminuição de  4% na área plantada  com soja. Já, a previsão de aumento de 9,9% na produtividade é resultado de melhores condições climáticas que as do ano agrícola anterior.
            Para a cultura da banana foram obtidas informações de redução de 4,1% na área e de au-mento de 5,8% na produção, em virtude de recuperação na produtividade, que foi prejudicada na safra precedente por condições climáticas adversas.
            A ocorrência de geadas em 2000 ocasionou, principalmente, perda de pés novos na cultura do café, resultando em queda de 9,5% na área plantada. Por outro lado, a seca constituiu-se em fator agra-vante para esse quadro, provocando decréscimo de 18,7% na produtividade, em relação à safra anterior.
            Para a primeira previsão da produção de laranja da safra 2000/2001, as informações  mostram que a produtividade média por pé deverá permanecer no mesmo nível da obtida no ano agrícola anterior, de modo que no Estado de São Paulo a produção prevista poderá  ficar em 347,7 milhões de caixas de 40,8kg. Se forem considerados somente os 16 Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR) que com-põem a “região citrícola “, essa produção seria de 321,4 milhões de caixas Deve-se apontar também que está ocorrendo um processo de erradicação de pomares, em competição com a cana para indústria, resultando em perdas de área.
            No levantamento final da safra 1999/ 2000 de laranja registrou-se decréscimos de 6,0% na área plantada e de 11,0% na produção (355,9 milhões de caixas de 40,8kg), resultante da redução de 8,3% na produtividade, quando comparada com a de 1998/1999, que ocorreu em função de seca nas principais regiões produtoras.
            Em novembro de 2000 também foi calculada a estimativa final da safra de cana para indústria. O volume produzido, de 189 milhões de toneladas, foi praticamente igual ao estimado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
            Desse total calcula-se que en-tre 10 e 20 milhões de toneladas possam estar sendo destinadas à produção de aguardente.
            Para o ano agrícola 1999/2000 que se findou, os índices agregados para o conjunto de cultu-ras indicaram estabilidade na área plantada. Por outro lado, verificou-se redução de 8 pontos percentuais na produção e de 7 pontos percen-tuais na produtividade da terra, relativamente à 1998/1999. Essas quedas deveram-se, principalmente, aos eventos climáticos adversos, como estiagens prolongadas e geadas intensas, que afetaram significativamente a produção de grãos e as floradas  de culturas perenes como café e citros.
            Apesar de ter havido redução de 5% na produtividade das culturas perenes e semi-pere-nes, o aumento de 2% na área plantada pode estar relacionado à melhoria das condições de mercado da cana de açúcar na safra 1999/2000 em relação à 1998/1999.

Data de Publicação: 01/02/2001

Autor(es): Ana Maria Montragio Pires de Camargo Consulte outros textos deste autor
Denise Viani Caser (dcaser@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Lilian Cristina Anefalos (lcanefal@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Mario Pires De Almeida Olivette (olivette@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor