Mandioca: Expansão Na Produção Nacional

            Os dados disponíveis da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de março de 2000, ainda parciais, pois os números referentes às Regiões Norte e Nordeste ainda não foram totalizados, indicam uma expansão de 10% na produção nacional de mandioca da safra 1999/2000. Embora os dados da Paraíba, Pernambuco e Sergipe ainda não estejam disponíveis, a produção dos outros seis estados da Região Nordeste, inclusive o maior produtor que é a Bahia, deverá aumentar 16%, relativamente ao ano anterior. Na Bahia, os preços recebidos pelos produtores, de R$100,00 por tonelada no final do ano passado, hoje estão variando entre R$50,00 e R$60,00/tonelada, e os preços da farinha fina (Copioba), de R$20,00 a R$22,00 por 50kg, caíram para R$16,00 a R$18,00, no mesmo período.
            A produção paranaense, com um acréscimo de 10%, está estimada em 3,8 milhões de toneladas e, segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná, cerca de 20% da área já foi colhida e os preços em maio oscilaram entre R$70,00 e R$ 75,00 por tonelada, contra R$ 110,00 em fevereiro.
            O último levantamento de previsão de safra do Instituto de Economia Agrícola e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (IEA/CATI), de fevereiro de 2000, situa a produção paulista de mandioca industrial, safra 1999/2000, em 613,1 mil toneladas, o que significa uma expansão de 9,0%, relativamente ao ano anterior. Nessa conjuntura, os preços médios recebidos pelos produtores paulistas, que apresentaram expressiva elevação a partir de setembro do ano passado, culminando com R$106,61 por tonelada em janeiro de 2000, com a entrada da nova safra, os preços estão voltando aos patamares médios verificados no período pós-Plano Real e, em maio passado, foram da ordem de R$70,00 por tonelada, com prazo de pagamento de 30 dias. É provável que os preços caiam um pouco mais nos próximos três meses, auge da safra, para algo em torno de R$60,00 por tonelada, que é o nível que tem sido verificado nos últimos anos nesses meses. Por outro lado, entre os fatores que poderão impedir uma queda mais acentuada dos preços está a retomada das compras de farinha pelo Governo, para os programas sociais do PRODEA, SUDENE e Comunidade Solidária, condicionadas à liberação de recursos do tesouro, tendo em vista que os estoques governamentais terminaram. Outro fator, indireto, é a tendência de alta dos preços do milho, em função do déficit do produto agravado pela frustração da 'safrinha'.
            Com relação ao plantio da safra 2000/2001, a estiagem de mais de 60 dias atrasou as operações de plantio 'do cedo', que tem início em maio, mas deverá começar neste mês de junho, aproveitando a chuva que ocorreu na ultima semana de maio. O plantio poderá ser bom, uma vez que os preços da raiz ainda estão em níveis favoráveis. Contudo, é bom lembrar que o plantio das águas (a partir de setembro), no ano passado, sofreu restrições também por estiagem prolongada, exigindo, inclusive, prorrogação de prazos de época de plantio, tendo em vista questões de financiamento e seguro, como a estiagem continua, existe possibilidade de ocorrência de estiagem também na ocasião do próximo plantio das águas.

Data de Publicação: 15/06/2000

Autor(es): José Roberto Da Silva (josersilva@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor