O total de bovinos no Estado de São Paulo é de 12.888.397 cabeças, praticamente similar ao de 1999, de 12.895.504 cabeças, seguindo a tendência de estabilidade observada nos últimos cinco anos, segundo o levantamento relativo à produção animal realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), em novembro de 2000 (Tabela 1). Considerando-se esses dados desagregados e classificados por aptidão, verifica-se que o número de bovinos de corte no Estado apresentou queda até 1997, recuperando-se nos três anos seguintes, sendo que, em 2000, teve um crescimento mais expressivo, da ordem de 3,6%. Esse comportamento diverge daquele observado no número de bovinos destinados à produção de leite nos últimos três anos, que continuou a apresentar quedas sucessivas, muito embora, em 2000, o percentual de variação tenha se reduzido em relação ao anterior, atingindo aproximadamente 1,85%. O gado misto é o único grupo que apresenta taxa de crescimento positiva e acentuada, ao longo do período 1995-1999. Em 2000, entretanto, esse comportamento se inverte, ocorrendo queda de 4,55% em relação a 1999.

¹ Não foram usados os dados fornecidos pela CATI. Calculado multiplicando a soma do número de bovinos para corte e misto por 0,40 (uma aproximação da taxa de abate).
² Não foram usados os dados fornecidos pela CATI. Calculado multiplicando a quantidade de bovinos enviados ao abate pelo peso médio de abate – 15 arrobas.
^{Fonte: Série Informações Estatísticas da Agricultura, 1995 a 2000.}

            A produção leiteira estimada pelo IEA/CATI (Tabela 2) aponta para o crescimento expressivo, em 2000, da ordem de 5,90% em relação a 1999. Apesar da redução do plantel de gado de leite, a produção estadual, tanto de leite B como de C, apresentou crescimento quando comparada com a do ano anterior. A produção de leite tipo A atingiu 49.124 litros, não sendo possível estabelecer-se comparação com as anteriores devido ao fato de ter sido incluída pela primeira vez no levantamento.

                   Fonte: Série Informações Estatísticas da Agricultura, 1995 a 2000.

            Do total de bovinos do Estado, cerca de 4,47 milhões de cabeças foram enviadas para abate em 2000, equivalendo à oferta de 67,0 milhões de arrobas de carne, 2,25% maior que a de 1999 (Tabela 1).
            Com relação ao número de bubalinos no Estado, verificou-se que também nesse grupo ocorreu pequena queda em 2000 em relação a 1999 (1,12%), totalizando 38.643 cabeças. Esse resultado está de acordo com a tendência decrescente observada nos últimos cinco anos, apesar da menor variação percentual verificada em 2000.
            Dados do levantamento IEA/CATI indicam que a área de pastagem no Estado sofreu pequeno decréscimo em 2000, atingindo 10,3 milhões de hectares, comportamento semelhante ao verificado em 1999 relativamente a 1998. Essa queda está distribuída entre as pastagens naturais e cultivadas, sendo que, no caso das naturais, essa tendência vem se repetindo anualmente desde 1995, à exceção de 1998. Em contraposição, as pastagens cultivadas, ao longo do período 1995-1999, apresentaram crescimento constante, ainda que não expressivo, apesar de, em 2000, terem apresentado queda de 1,04% em relação a 1999. Entretanto, a área de capim para produção de semente em 2000 apresentou acréscimo expressivo, da ordem de 22,26% em relação à do ano anterior, que, por sua vez, já apresentara crescimento de cerca de 34,75% em relação a 1998. Tal comportamento pode ser explicado, em parte, pela substituição de áreas de plantio de soja por pastagens, em decorrência dos baixos preços alcançados por esse produto nos últimos anos.

¹ Em uma economia agrícola dinâmica, o esperado é que a área de pasto natural diminua ao longo do tempo. Em 1998, não é o que se observa com base nos dados básicos do levantamento, o que sugere ter ocorrido problemas no preenchimento dos dados. Caso seja necessária a sua utilização, sugere-se como uma possível correção fazer uma interpolação entre os dados de 1997 e 1999.
^{Fonte: Série Informações Estatísticas da Agricultura, 1995 à 2000.}

            Já com relação à produção paulista de aves para postura, as estatísticas apontam para a existência de um plantel de cerca de 36.193.573 cabeças em 2000, 3,94% maior que o de 1999, o que representa uma pequena recuperação em relação ao número de cabeças estimado em 1998, de 37.580.609. A produção de ovos em 2000 está estimada em 955.850 mil dúzias, 4,54% acima da de 1999 apresentando, porém, taxa de crescimento muito abaixo daquela atingida em 1999, relativamente ao ano anterior, de 20,14%.

                   Fonte: Série Informações Estatísticas da Agricultura, 1995 à 2000.

            Quanto às aves de corte existentes no Estado no mês de novembro de 2000, esse número está estimado em 135.838.316 cabeças, acusando queda de 5,90% em relação a 1999 (Tabela 4). O número de aves enviadas ao abate teria atingido 483.873.393 cabeças de janeiro a dezembro em 2000, cerca de 1,0% a menos que o de 1999, repetindo a tendência de redução observada nos últimos três anos. Entretanto, a produção de frango em peso vivo apresentou crescimento da ordem de 1,54%, em relação a 1999, atingindo 1.024.170 toneladas e invertendo o comportamento observado no ano anterior relativamente a 1998, quando ocorreu decréscimo de 1,38%. Tal fato pode ser explicado, em grande parte, pelo aumento da competitividade externa da cadeia de frango como resultado da desvalorização do real, o que incentivou as exportações de carne de frango.
            O plantel estimado de suínos no Estado alcança 1.529.695 cabeças, praticamente o mesmo número de 1999 (Tabela 5). Desse total, 1.481.767 cabeças (96,87%) foram enviadas para o abate, cerca de 5,6% a mais que em 1999, resultando em produção de 133.360 toneladas de carne, 28,98% maior que a de 1999.

                   Fonte: Série Informações Estatísticas da Agricultura, 1995 à 2000.

            Comparando-se os dados do levantamento IEA/CATI com aqueles divulgados em ANUALPEC: Anuário da pecuária brasileira da FNP CONSULTORIA & COMÉRCIO para 2000, verificou-se que, relativamente ao número total de bovinos no Estado de São Paulo, as estimativas não divergem significativamente. Para os demais produtos, não foi possível estabelecer comparações, uma vez que as estimativas daquela publicação ainda não estão disponíveis.
            Um fato a se destacar é que a tendência de crescimento constante observada nas estatísticas de produção de carne de boi e suínos para São Paulo é similar àquela estimada para esses produtos em nível de Brasil pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), relativamente aos dois últimos anos do período 1995-2000. Com relação à estimativa de produção de frango de corte, entretanto, ocorre uma disparidade em 1999, quando o levantamento IEA/CATI indica pequena queda (1,38%), enquanto o da CONAB aponta aumento na produção de carne e, consequentemente, na de frango.