O Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), realizaram em novembro de 2002 levantamento por município de estimativa da safra agrícola e da produção animal para o Estado de São Paulo.
            Os dados indicam que a área com pastagem no Estado sofreu pequeno decréscimo em 2002, atingindo 10,15 milhões de hectares, comportamento diferente ao verificado em 2001 (Tabela 1). Essa queda está distribuída entre to-das as pastagens, sendo que, no caso das naturais, essa tendência vem se repetindo anualmen-te desde 2001. Em contraposição, as pastagens cultivadas apresentaram queda um pouco maior em termos de área que as naturais (2,06%), com crescimento em todos os outros levantamentos. A área com capim para produção de semente também apresentou queda expressiva de 18,74% em relação à do ano anterior, que, por sua vez, já apresentara um crescimento de 47,25% em relação a 2000. Tal comportamento pode ser explicado tanto pela melhoria na qualidade das pastagens como pela maior utilização de concentrados na alimentação animal, já que não houve diminuição no efetivo bovino.
            O número total de bovinos no Estado de São Paulo é de 13.653.610 cabeças, apresentando crescimento de 3,79% em relação a 2001, porém maior que o esperado no levantamento de junho do mesmo ano, de 13.584.648 cabeças (Tabela 2). Os dados desagregados e classificados por aptidão mostram que o número de bovinos de corte no Estado apresentou crescimento de 5,26%, mantendo a tendência de alta dos anos anteriores. Também o comportamento observado no número de bovinos destinados à produção de leite, de quedas consecutivas nos últimos anos, manteve-se em 2002, totalizando 1.687.384 cabeças, o que representa diminuição de 1,08% em relação ao ano anterior. A categoria gado misto teve o maior crescimento entre os bovinos em relação a 2001, de 3,68%, registrando número de 4.678.407 cabeças.
            Em 2002, foram enviadas 4.786.490 cabeças para abate, 4,36% a mais que em 2001, equivalendo a uma oferta de 71,80 milhões de arrobas de carne bovina (Tabela 3).
            A produção leiteira, em 2002, foi estimada em aproximadamente 2 bilhões de litros, mostrando um crescimento de 1,39% em relação a 2001, invertendo a expectativa de queda do vo-lume de leite esperada no levantamento de junho. Apesar da redução do plantel leiteiro, a produção estadual tanto de leite tipo A como do C apresentou crescimento quando comparada a do ano anterior. A produção de leite tipo B atingiu 344,97 milhões de litros, sendo o único segmento leiteiro que apresentou queda na produção (2,45%) em 2002 (Tabela 4).
            Já com relação à produção paulista de aves para postura, as estatísticas apontam para a existência de um plantel de cerca 36.661.035 ca-beças em 2002, 5,70% maior que o de 2001. A produção de ovos em 2002 está estimada em 765.235 mil dúzias, 0,95% acima da produzida em 2001, porém com taxa de crescimento abaixo da atingida pelo plantel, o que indica uma pequena queda na produtividade (Tabela 5).
            Com relação à produção paulista de aves para corte, as estatísticas apontam para a existência de um plantel de 148,99 milhões de cabeças (Tabela 6). Cerca de 504,29 milhões fo-ram enviadas para abate, equivalendo a uma oferta de 1,03 milhão de toneladas de frango vivo (ou 836,96 mil toneladas de carne de frango), volume inferior 17,23% em relação ao ano ante-rior.
            O efetivo estimado de suínos no Estado foi da ordem de1,37 milhão de cabeças em novembro, praticamente o mesmo número previsto no levantamento de junho (Tabela 7). Foram abatidos 1,48 milhão de cabeças, 11,05% infe-rior ao abate de 2001, resultando em produção de 137,1 mil toneladas de carne, 8,06% menor que a de 2001. Este resultado pode ser atribuído ao encarecimento dos insumos utilizados no arraçoamento animal, notadamente milho e soja, o que provocou retração da atividade produtiva.

TABELA 1 - Área de Pastagem, Estado de São Paulo, 2000 a 2002
(em ha)