Pesquisador do IEA Aponta Risco e Incerteza na Cafeicultura

A anomalia climática, que incidiu sobre os principais cinturões cafeeiros ao longo do primeiro trimestre de 2014, constituiu-se em fenômeno sem precedente na história da cafeicultura brasileira, trazendo prejuízos ao seu potencial produtivo. A magnitude de tal singularidade foi capaz de modificar a estrutura de formação de preços dessa commodity, afirma Celso Vegro, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. A volatilidade das cotações na Bolsa de Nova York saltou de patamares ao redor de 20% a 25% para percentual acima de 45%, indicando que os operadores desse mercado, pautados pelos fluxos de oferta, demanda, formação de estoques e consumo (fundamentos), perderam referências objetivas quanto ao valor “justo” a ser oferecido pelo produto.
 
O salto no patamar da volatilidade é sintomático de fenômeno que pautará crescentemente a formação dos preços da commodity, que é o aumento substancial dos riscos e incertezas envolvidos nesse negócio. Na atual conjuntura, a anomalia tem determinado a flutuação das cotações, mas a partir da normalização do clima nos cinturões produtivos brasileiros, o negócio não se afastará dos limites da incerteza; pelo contrário, com ela terá que conviver ainda mais.

A procura por resultados no curto prazo incrementa excessos do sistema, negligenciando riscos calculados e promovendo clima para instauração da incerteza nos negócios, consequentemente, para a cafeicultura que se alicerça em capital. O futuro para a cafeicultura acena com mais incerteza. Nesse contexto de instabilidades a adoção de estratégias com medidas preventivas são crucialmente importantes. Por exemplo, deve-se adquirir uma colhedora ou contratar esse serviço? Comprar terra para iniciar uma lavoura ou arrendá-la? Posicionar o negócio em contratos de longo prazo ou se autofinanciar por meio do reinvestimento de excedentes? Enfim, expor-se aos humores da economia internacional, incrementando o estoque de capital, exige extrema cautela.

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Data de Publicação: 13/10/2014

Autor(es): Nara Guimarães (naraguimaraes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor