Operação “Carne Fraca”, segundo Pesquisadora do IEA

O Brasil é o primeiro exportador mundial das carnes bovina e de frango e o 4º de carne suína. União Europeia, China, Hong Kong, Egito, Chile, Argélia, Jamaica e Trinidad Tobago, respondem por mais de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, mercados importantes para o País e conquistados com trabalho das três cadeias produtivas.

“O estardalhaço feito por um delegado da Polícia Federal em cima de fraudes nas carnes brasileiras teve como maior vítima o Brasil. Um pouco de bom senso teria evitado que o País fosse exposto dessa maneira, em um momento tão importante para a economia, envolvendo principalmente a carne bovina, até o momento foi a mais prejudicada. A divulgação colocou todo o setor cárneo brasileiro sob suspeita e gerou problemas para a economia nacional”, afirmou Rosana Pithan, pesquisadora da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que atua no Instituto de Economia Agrícola (IEA), destacando que “o resultado imediato foi a retração das compras externas e um consumidor interno amedrontado em relação ao que está pondo no seu prato e deixou de consumir carne”.

Depois de aproximadamente 20 anos, finalmente, o Brasil conseguiu quebrar a barreira do mercado americano e exportar carnes bovinas frescas que deveria ter os primeiros lotes entregues entre março e abril. “As exportações brasileiras para esse importante mercado, que tem como maior mérito abrir outros mercados importantes, como por exemplo o Japão, ” ressalta a pesquisadora.

“É claro que o consumidor brasileiro deve ter ciência sobre o que está comendo e apurações rigorosas devem ser feitas, assim como punir os responsáveis. A reestruturação do sistema de fiscalização é necessária e o Sistema de Inspeção Federal (SIF) precisa ser fortalecido para que o País não tenha novos reveses”, afirma Pithan. No entanto, antes da divulgação, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deveria ter sido avisado para verificar, coibir as falhas na fiscalização e obter laudos conclusivos de veterinários capacitados em qualidade sanitária da carne, além de deixar claro que os problemas são localizados, ressalta a pesquisadora.

O País está à beira de declarar área livre de aftosa. Em 2018, o País deverá suspender a vacinação e, até 2020, espera-se declarar o território isento da doença. O grande diferencial da carne bovina brasileira é sua produção ser, em sua maior parte, a pasto, enquanto que Estados Unidos e a Austrália têm em confinamentos. O Brasil tem áreas para manter essa produção e expandir a produção em áreas de pastagens, que podem ser recuperadas através da Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF).

Um fato muito positivo, esperado há muito pelo setor de produção animal, foi a assinatura do Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produto de Origem Animal (Riispoa), que era de 1952, e aguardava atualização há cerca de 20 anos. A nova versão simplifica processos de fiscalização e inspeção de frigoríficos, laticínios, granjas de ovos, fábricas de mel e pescado; cria penalidades maiores e introduz o conceito de risco sanitário, o que, segundo o ministro Blairo Maggi, do Mapa, tira dos fiscais a interpretação da norma.

De acordo com Arnaldo Jardim, titular da Pasta de Agricultura, é preciso analisar as denúncias com muito cuidado. “Em São Paulo, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), vinculada à Secretaria de Agricultura do Estado, é o órgão responsável pela fiscalização da saudabilidade dos alimentos. No entanto, desde o início desta gestão, todos os departamentos da Pasta estão empenhados na sanidade dos alimentos; além de buscar aproximar a pesquisa da produção, como é o caso desta análise, divulgada pelo IEA; orientar e apoiar o pequeno produtor, especialmente o agricultor familiar, priorizando o desenvolvimento da agricultura em harmonia com o meio ambiente”, afirmou o secretário.


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Por: Nara Guimarães

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Data de Publicação: 17/04/2017

Autor(es): Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor