Mercado Atacadista: IEA explica as movimentações de preços em dezembro e do acumulado dos últimos 12 meses


 

Batata e cebola apresentaram altas bastante expressivas em 2018, mas o campeão foi o feijão que teve os preços majorados em mais de 75%.

 

Em dezembro, nove dos 22 produtos de maior importância no mercado atacadista da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) tiveram cotações de preços inferiores às observadas no mês anterior; os demais apresentaram variação positiva, informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA), instituição de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Movimento semelhante ao observado no acumulado dos últimos 12 meses, quando oito produtos sofreram queda e 14 registraram acréscimos nos preços.

 

No artigo de novembro, foi sugerido que os preços das carnes poderiam estar sendo influenciados pelas festas de fim de ano. Em relação à carne bovina, a previsão se confirmou. Em dezembro, a parte mais nobre do boi (traseiro com osso) apresentou aumento de 7,36%, enquanto que as partes de menor valor (dianteiro e ponta de agulha) tiveram seus preços reduzidos em, 3,57% e 1,28%, respectivamente.  Em relação à carne suína, observa-se um pequeno aumento de 0,17%, porém, este item acumulou, nos últimos cinco meses, variação positiva de 13,54%. O frango resfriado teve redução nos seus preços médios de 3,12%, entretanto, o preço atual está 13,94% mais valorizado do que há um ano, considerando-se que a inflação no período deve ficar próxima a 4%, verifica-se um significativo aumento real do produto. Nos demais produtos, destacam-se a redução de 5,02% do café torrado e moído e o aumento de 17,94% do feijão carioquinha.

 

Observando o comportamento dos preços, tendo como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que aponta uma inflação próxima de 4%, nos últimos 12 meses, verifica-se que 11 dos 22 produtos acompanhados tiveram variação anual superior a expectativa de inflação, explicam Vagner Azarias Martins e José Alberto Angelo, pesquisadores do IEA. “O destaque deste agrupamento é o feijão carioquinha que superou 75% de variação em um ano, em dezembro de 2017, a saca de 60kg era cotada a R$ 81,75, atualmente, é comercializada, na média, em R$ 143,75”, complementam. As principais quedas são referentes às farinhas de mandioca (grossa e fina).

 

Campeões de alta

 

A evolução dos preços do feijão carioquinha tipo 1 (sc.60kg), a partir de agosto de 2018, apresentou variações positivas de preços. Uma das razões para esse aumento pode ser a escassez de chuva. Foi observado que, o período de maio a julho deste ano, foi mais seco que a média, prejudicando sensivelmente a produtividade.

 

O clima e a entressafra foram responsáveis pelo aumento dos preços das duas variedades de batata, escovada e lavada. Mas, como o pico de preço do produto ocorreu no mês de maio, período que coincide com a paralisação dos caminhoneiros, conclui-se que esse tenha sido o principal fator. O movimento paredista foi igualmente responsável pelo aumento de preços da cebola, que também sofreu influência da variação do dólar que incide sobre o produto importado.

 

Para ler o artigo na íntegra e consultar as tabelas e gráficos, além de consultar informações sobre outros produtos que compõem a cesta, clique aqui.

 

Por: Nara Guimarães

 

Mais informações
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Data de Publicação: 15/01/2019

Autor(es): Instituto de Economia Agrícola (iea@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor