O cultivo de pescados se apresenta como importante alternativa para garantir segurança alimentar e nutricional e acesso à proteína e gordura de qualidade para a população mundial. Representando uma fatia significativa no crescimento da aquicultura no planeta, o Brasil tem se destacado nos projetos e investimentos (produtivos e em ciência) no setor¹. O estado de São Paulo representa aproximadamente 9,28% da piscicultura brasileira², e a Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA/SP), por meio de suas instituições de pesquisa e extensão rural, tem se esforçado para atender às demandas dos produtores no que se referem tanto aos avanços em tecnologias que aumentam a produtividade, quanto ao acesso a informações idôneas e estratégicas. Objetiva-se, com este trabalho, apresentar o Levantamento de Preços Recebidos pelos Produtores de Pescado Cultivado Continental no estado de São Paulo, realizado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA).

Em relação às estatísticas socioeconômicas, o conhecimento da quantidade produzida (com ênfase na localização desse processo) e do funcionamento do mercado dessa atividade (com a captação dos custos e preços da comercialização nas diferentes etapas da cadeia produtiva) são os dois principais gargalos apresentados pela piscicultura paulista no que se refere a informações públicas estratégicas para a tomada de decisões dos agentes do mercado. Ademais, apesar dos dados obtidos nos Levantamentos Censitários das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA 1995/96, 2007/08, 2016/17) indicarem dados gerais sobre as características da aquicultura no estado de São Paulo, informações precisas sobre os ciclos produtivos e as variedades de pescados precisam ser complementadas por estudos amostrais mais específicos. Num esforço inicial muito importante, a CATI, por meio de sua Comissão Técnica de Pisicultura, passou a realizar levantamentos periódicos de produção dos principais pescados cultivados no território paulista³. Com base neste referencial, o IEA e a CATI iniciaram em janeiro de 2022 um levantamento experimental de preços recebidos pelos produtores de pescados cultivados no estado de São Paulo. Separados entre tilápia e peixes redondos (pacu, tatinga/patinga e tambaqui), passaram a ser levantados mensalmente preços de alevino (milhar), juvenil (milhar) e vivo para abate (kg) nas principais regiões de cultivo. No caso da tilápia, a coleta de preços foi introduzida nos questionários online das Casas da Agricultura e dos escritórios da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP) localizados nas seguintes regionais da CATI: Jales, General Salgado, Ourinhos, Presidente Venceslau, Andradina e Bauru. Já os peixes redondos passaram a fazer parte dos questionários das Casas da Agricultura e escritórios do ITESP de Assis, Barretos, Catanduva, Dracena e Tupã. Após o fechamento do levantamento mensal, os retornos das cotações preenchidas foram analisados no Sistema dos Preços Médios Recebidos (PMR). Até o momento, os preços consolidados no estado de São Paulo configuram médias simples.

  Como resultado desse levantamento experimental, foram obtidos preços médios consistentes estatisticamente (com pelo menos 3/4 das regiões produtivas) para todas as espécies cultivadas. Contudo, na fase juvenil, para os peixes redondos, os dados retornados não possibilitaram uma consistência amostral com suficiência (os dados retornados foram somente de uma única região produtiva). Para o tambaqui, os dados de março de 2022 também foram insuficientes para o fechamento (Tabela 1). Com uma amostra inicial de três meses de levantamento, não há possibilidade de uma análise de tendência de preços.

Para a continuidade do estudo, pretende-se aumentar o universo de informantes de todos os produtos integrantes da investigação, com o intuito de sua consolidação e disposição à sociedade interessada nessas importantes informações da piscicultura paulista.

¹CARMO, F.J. et al. Levantamento das Unidades de Piscicultura no Estado de São Paulo. Documento Técnico, 123. Campinas, CDRS, 2021. 24p. Disponível em: https://www.cati.sp.gov.br/portal/themes/
unify/arquivos/produtos-e-servicos/acervo-tecnico/producao_animal/levantamento_das_unidades_de_piscicu
ltura_no_estado_de_sao_paulo_marco_2021.pdf. Acesso em: 27 maio 2022.

²Anuário Brasileiro da Piscicultura - Peixe BR 2021. Associação Brasileira da Piscicultura, São Paulo, 2021. Disponível em: https://www.peixebr.com.br/Anuario2021/AnuarioPeixeBR2021.pdf. Acesso em: 27 maio 2022.

³CARMO, F.J. et al. Diagnóstico Da Piscicultura No Oeste Do Estado De São Paulo - Documento Técnico, 122. Campinas, CATI 2016. 34 p. ilus. Disponível em: https://www.cati.sp.gov.br/portal/themes/
unify/arquivos/produtos-e-servicos/acervo-tecnico/Documento%20T%C3%A9cnico%20122%20-%20DIAGN%C3%93
STICO%20DA%20PISCICULTURA%20NO%20OESTE%20DO%20ESTADO%20DE%20S%C3%83O%20PAULO.pdf. Acesso em: 27 maio 2022.

Palavras-chave: precificação de pescados, peixes vivos, juvenis, alevinos, tilápia, peixes redondos.

COMO CITAR ESTE ARTIGO

BINI, D. L. de C.; LOPES JÚNIOR, A.; COELHO, P. J.; INOCENTE FILHO, C. Estudo de Viabilidade de Preços Recebidos pelos Produtores de Pescado Cultivado Continental no Estado de São Paulo. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 17, n. 6, jun. 2021, p. 1-4. Disponível em: colocar o link do artigo. Acesso em: dd mmm. aaaa.