Preços agrícolas: queda de 1,42% na 1a quadrissemana de junho

            Os preços agrícolas caíram 1,42% na primeira quadrissemana de junho, com perda de 0,66 ponto percentual em relação ao mês de maio. O índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR) manteve a tendência de queda em função da baixa no preço dos produtos vegetais, mesmo com a alta nos preços dos produtos de origem animal. A tabela abaixo mostra a evolução dos preços agrícolas desde a primeira quadrissemana de maio.
 
Quadrissemana 
Variação dos Preços Agrícolas (%)
1ª Quadrissemana / maio
-0,07
2ª Quadrissemana / maio
+2,38
3ª Quadrissemana / maio
-0,23
4ª Quadrissemana/ mês de maio
-0,76
1ª Quadrissemana / junho
-1,42

            No gráfico seguinte, é possível visualizar o comportamento do IPR desde março de 2005.

            Na primeira quadrissemana de junho, os preços agrícolas apresentaram as seguintes variações, por produto:
 

Produto
Variação quadrissemanal (%) 
Algodão
-19,64
Amendoim
0,54
Arroz
-6,56
Banana
0,00
Batata
-37,89
Café
-3,87
Cana-de-açúcar
0,00
Cebola
16,07
Feijão
11,63
Laranja
-9,95
Milho
-0,62
Soja
-0,34
Tomate
-11,11
Trigo
-8,15
Aves
3,70
Boi gordo
-0,93
Leite
8,93
Ovos
10,77
Suínos
-2,09

Fonte: NBM/IEA

            O comportamento dos preços agrícolas, por grupo de produtos na primeira quadrissemana de junho, foi o seguinte:
 

Grupo
Variação (%) 
Grãos + café
-1,61
Frutas
-8,70
Olerícolas
-18,99
Produtos de Origem Vegetal
-3,56
Produtos de Origem Animal
2,45
Total do IPR
-1,42

Fonte: NBM/IEA

            Dos 19 produtos analisados, seis apresentaram crescimento no preço (amendoim, cebola, feijão, aves, ovos e leite), enquanto onze tiveram reduções (algodão, arroz, batata, café, laranja, milho, soja, tomate, trigo, boi e suínos). O destaque de alta foi o preço da cebola (+16,07%), enquanto a queda mais expressiva ocorreu na batata (-37,89%).
            Entre os produtos de origem vegetal, a queda de preço em todos os subgrupos reduziu o preço desse grupo em 3,56%. Já no segmento animal, o recuo nas cotações do boi e dos suínos foi compensado pela alta em aves, leite e ovos, o que levou ao aumento de 2,45% no preço do grupo. O resultado foi a queda de 1,42% no índice geral (IPR).
            O algodão vem enfrentando as menores cotações dos últimos três anos e um mercado praticamente paralisado no Sudeste do Brasil. Isto levou o setor a uma profunda crise, em função do crescimento da oferta nacional e mundial e de queda nas cotações internacionais, de tal forma que seu preço já está menor que o baixíssimo preço mínimo de garantia do Governo Federal, que se encontra ausente no enfrentamento da situação. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico seguinte:

Data de Publicação: 13/06/2005

Autor(es): Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor