Preços agrícolas desaceleram e caem 0,47% na 2a quadrissemana

            Os preços agrícolas caíram 0,47% na segunda quadrissemana de dezembro, revertendo a tendência que se verificava desde o início de novembro de 2005. O índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR) teve queda em função das fortes perdas nas cotações dos produtos de origem animal, principalmente no boi e frango. A tabela abaixo mostra a evolução dos preços agrícolas desde a primeira quadrissemana de dezembro.
 

Quadrissemana 
Variação dos Preços Agrícolas (%)
1ª Quadrissemana / novembro
+2,35
2ª Quadrissemana / novembro
+3,30
3ª Quadrissemana / novembro
+4,34
4ª Quadrissemana/ mês de novembro
+3,38
1ª Quadrissemana / dezembro
+0,02
2ª Quadrissemana / dezembro
-0,47

            No gráfico seguinte, é possível visualizar o comportamento do IPR desde julho de 2005.

            Na segunda quadrissemana de dezembro, os preços agrícolas apresentaram as seguintes variações, por produto:
 

Produto
Variação quadrissemanal (%) 
Algodão
8,70
Amendoim
0,00
Arroz
6,30
Banana
-5,56
Batata
66,67
Café
-6,43
Cana-de-açúcar
0,00
Cebola
-21,67
Feijão
6,56
Laranja
15,80
Milho
-5,00
Soja
2,90
Tomate
-20,00
Trigo
2,26
Aves
-16,67
Boi gordo
-11,40
Leite
-4,08
Ovos
15,00
Suínos
0,68

Fonte: NBM/IEA

            O comportamento dos preços agrícolas, por grupo de produtos na segunda quadrissemana de dezembro, foi o seguinte:
 

Grupo
Variação (%) 
Grãos + café
-0,70
Frutas
13,13
Olerícolas
15,96
Produtos de Origem Vegetal
3,70
Produtos de Origem Animal
-7,97
Total do IPR
-0,47

Fonte: NBM/IEA

            Dos 19 produtos analisados, nove apresentaram crescimento no preço (algodão, arroz, batata, feijão, laranja, soja, trigo, ovos e suíno), enquanto oito tiveram reduções (banana, café, cebola, milho, tomate, aves, leite e boi). O destaque de alta foi o preço da batata (+66,67%), enquanto a queda mais expressiva ocorreu na cebola (-21,67%).
            Entre os produtos de origem vegetal, a alta nos preços dos subgrupos das frutas e olerícolas deu sustentação ao aumento de 3,70% no preço do grupo. Já no segmento animal, as fortes quedas nos preços de aves, leite e boi levaram à redução de 7,97% no preço do grupo. O resultado foi a queda de 0,47% no índice geral (IPR).
            O preço do boi voltou a apresentar forte queda com decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento declarar a ocorrência de novo foco de febre aftosa em novo Estado, o Paraná, o que fez aumentar as restrições dos importadores à carne bovina brasileira, além da estagnação do consumo devido ao aumento dos preços ao nível dos consumidores da ordem de 20%, desde meados de outubro, mas que não tem acompanhado a redução observada nos preços do atacado. Essa conjuntura levou o preço recebido pelos pecuaristas as mesmas cotações de setembro, as menores do ano e dos últimos quatro anos para o mês de dezembro. O comportamento dos preços recebidos pelos produtores pode ser observado no gráfico seguinte:

Data de Publicação: 19/12/2005

Autor(es): Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor