Preços Médios Terra Sobem Mais Que A Inflação Em São Paulo

            Os preços médios das terras agrícolas de primeira, de segunda e para pastagem subiram 24,6% no Estado de São Paulo em um ano (entre junho de 2001 e junho último). O aumento foi bem superior aos índices de inflação do mesmo período, como IGPM-FGV (9,48%), IPCA-IBGE (7,66%) e IPR-IEA (6,12%).
            O preço da terra de primeira passou de R$ 4.185,21 o hectare para R$ 5.217,67;  o da terra de segunda, de R$ 3.236,52 para R$ 4.033,36, e o da terra para pastagem, de R$ 2.653,25 para R$ 3.307,38 o hectare. No caso da terra para reflorestamento, a evolução no preço médio foi de 18,7%, para R$ 2.444,31 o hectare. A comparação foi feita com base no levantamento de junho/02, elaborado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
            Segundo o diretor do IEA, Nelson Martin, os maiores aumentos ocorreram nas regiões cujos produtos agrícolas obtiveram os maiores ganhos no mesmo período, como laranja, cana-de-açúcar e soja. Contribuíram também para o resultado as incertezas no mercado financeiro provocadas por decisões do governo como os ajustes nos fundos de investimentos, que tiveram fortes perdas de rentabilidade em maio de 2002, e pela instabilidade no câmbio e taxas de juros devido às eleições.
            “Esta conjuntura tem estimulado os aplicadores a investirem em ativos reais como imóveis e terras, em detrimento dos ativos financeiros que têm apresentado baixa rentabilidade e maiores riscos, em função da alta do dólar, do risco Brasil e da possível ocorrência de dificuldades com a gestão da dívida pública brasileira”, diz Martin.

 

Data de Publicação: 01/09/2002

Autor(es): José Venâncio De Resende Consulte outros textos deste autor