Floricultura: desempenho do comércio exterior no primeiro semestre de 2006

            As exportações do setor de flores acumularam US$ 15,1 milhões no primeiro semestre de 2006, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (SECEX-MDIC)1. O crescimento foi de 7,4% em relação ao mesmo período de 2005. As importações cresceram 59,9%, passando de US$ 3,3 milhões para US$ 5,3 milhões.
            O saldo da balança comercial apresentou superávit de US$ 9,8 milhões nos primeiros seis meses do ano, contra US$ 10,8 milhões em igual período de 2005, o que significa queda de 8,7% (tabela 1). 2

            As variações positivas das exportações, ocorridas no segundo período do semestre, reverteram o quadro quando comparadas ao primeiro semestre de 2005. O crescimento significativo no valor das importações vem sendo um dos fatores responsáveis pela variação negativa do saldo comercial em relação ao mesmo período do ano anterior (figura 1).

            Por grupo3 de produtos, o valor das exportações apresentou a seguinte composição: mudas (53,9%), bulbos (28,5%), flores (10,1%) e folhagens (7,4%). O grupo de bulbos foi o que apresentou maior variação porcentual no valor exportado (43,9%), seguido pelo de folhagens (+41,8%) e o de mudas (+11,1%). O grupo de flores apresentou desempenho negativo (-48,1%) confirmando a perda de fôlego já vislumbrada em 2005.
            Em termos de valor da importação, ocorreu uma variação positiva nos seguintes grupos: flores (56,6%), mudas (58.5%) e bulbos (65,1%). Por outro lado, no grupo de folhagens ocorreu decréscimo (-65,2%) (figura 2).

            No primeiro semestre de 2006, as exportações da floricultura brasileira, foram destinadas a 30 países, sendo 71,4% do valor exportado oriundos de dois parceiros comerciais de destaque. A Holanda, com US$ 7,6 milhões, respondeu por 50,1% do total e apresentou um desempenho 11,6% maior em relação ao período anterior. Já a fatia dos Estados Unidos, de US$ 3,2 milhões, correspondeu a 21,3% do total e apresentou desempenho 4,5% maior. Outros países de destino que se destacaram em termos de valor foram Itália (9,6%), Japão (4,9%), Bélgica (4,4%) e Canadá (2,1%) (tabela2).

            O desempenho da exportação mensal de produtos da floricultura entre janeiro e maio de 2006 foi aquém do desejável. A recuperação aconteceu em junho com variação significativa em relação ao mesmo mês de 2005 (+39,6%). Ressalte-se que o valor das exportações mensais em 2006 saltou de US$ 2,2 milhões em maio para US$ 4,8 milhões em junho, portanto um crescimento de 121,5%. Este padrão de sazonalidade no valor das exportações reforça o comportamento já verificado no ano passado quando o valor das exportações em junho de 2005 mostrou o crescimento de 63,3 % em relação ao mês precedente (figura 3).4

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1 Considerou-se nesta análise o grupo de produtos especificados na Nomenclatura Comum do Mercosul, NCM 06 da SECEX/MDIC - Secretaria de Comércio Exterior, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Exportação, Importação e o Saldo da Balança Comercial brasileira de plantas vivas e produtos da floricultura. Disponível em http://aliceweb.mdic.gov.br/consulta_nova/resultadoConsulta.asp. Acesso em 28 de julho de 2006.
2 Trata-se de saldo comercial bruto (exportações menos importações), porque há insumos importados, como mudas, rizomas e bulbos, que podem ser reexportados direta ou indiretamente após manuseio apropriado, além de agroquímicos que são computados noutra conta das importações.
3 O Capítulo 06 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é composto por quatro agrupamentos de produtos: de Bulbos (bulbos, tubérculos, rizomas, etc.), de Mudas (mudas de plantas ornamentais, de orquídeas, etc.), de Flores (flores cortadas para buquês, frescas ou secas) e Folhagens (folhas, folhagens e musgos para floricultura). No grupo de mudas, estão incluídos os de não-ornamentais como café, cana e videira, em valores ínfimos.
4 Artigo registrado no CCTC-IEA sob número HP-91/2006.

Data de Publicação: 13/09/2006

Autor(es): Ikuyo Kiyuna Consulte outros textos deste autor
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