Importações dos agronegócios segundo o perfil de agregação de valor no primeiro trimestre de 2006

            As importações dos agronegócios paulistas cresceram de US$ 868 milhões para US$ 931 milhões quando se comparam os acumulados dos primeiros trimestres de 2005 e de 2006. Focando o conjunto do Brasil, a evolução no mesmo sentido foi de US$ 2,21 bilhões para US$ 2,46 bilhões em períodos similares. As compras setoriais paulistas cresceram 7,3% e as brasileiras, 11,2%, com a participação estadual diminuindo de 39,2% para 37,8% das importações dos agronegócios, nos trimestres analisados (figura 1).

Figura 1 - Importações dos agronegócios, São Paulo e Brasil, primeiros trimestres, 2005 e 2006 


Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Ao detalhar a análise das importações dos agronegócios brasileiros segundo os perfis de agregação de valor, nota-se que os produtos básicos tiveram incremento de 22,0% nos valores despendidos. Estes, por sua vez, evoluíram de US$ 609 milhões para US$743 milhões na comparação entre os acumulados dos primeiros trimestres de 2005 e 2006. Os manufaturados mostraram acréscimo inferior, atingindo 7,1%, ao aumentarem de US$ 1,34 bilhão para US$ 1,44 bilhão em igual espaço de tempo. O mesmo ocorre com os semi-manufaturados cujas compras externas cresceram 7,7%, indo de US$ 261 milhões para US$ 281 milhões (figura 2).

Figura 2 - Importações dos agronegócios segundo perfil de agregação de valor, Brasil, primeiros trimestres, 2005 e 2006 


Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            No caso paulista, a evolução dos dispêndios com compras no exterior de produtos e insumos dos agronegócios mostra-se com a mesma tendência. As compras de produtos básicos aumentaram 28,2%, passando de US$ 230 milhões no primeiro trimestre de 2005 para US$ 295 milhões em igual período de 2006, enquanto as de manufaturados recuaram de 570 milhões para US$ 566 milhões (-0,6%). No semimanufaturados, ocorreu reduzido incremento US$ 69 milhões para US$ 70 milhões (+2,3%) (figura 3).

Figura 3 - Importações dos agronegócios segundo perfil de agregação de valor, São Paulo, primeiros trimestres, 2005 e 2006 


Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Ao comparar os perfis de agregação de valor das importações dos agronegócios, verifica-se que existe uma grande similaridade entre o Estado de São Paulo e o conjunto do Brasil. A proporção de produtos processados (manufaturados mais semi-manufaturados) é muito próxima tanto em 2005 (73,5% para São Paulo e 72,5% para o Brasil) quanto em 2006 (68,4% para o Estado e 69,8% para o Brasil) (figura 4).

Figura 4 - Comparação entre os perfis de agregação de valor nas importações dos agronegócios, São Paulo e Brasil, primeiros trimestres, 2005 e 2006 


Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Os perfis de agregação de valor das importações dos agronegócios revelam-se similares na comparação entre São Paulo e o conjunto do Brasil. O desempenho é distinto daquele encontrado para a mesma comparação quando a referência são as exportações setoriais, cujo perfil de agregação de valor paulista se mostra superior . Em linhas gerais, as compras externas paulistas e brasileiras concentram-se em produtos de maior valor agregado com variação significativa entre os grupos de cadeias de produção.
            Ressalte-se também que a elevada participação paulista nas importações brasileiras dos agronegócios decorre do fato de que se concentra nesta unidade da federação a principal estrutura agroindustrial produtora de bens de capital e insumos, o que exige aquisições no exterior de peças e matérias-primas. Além disso, por ser o maior mercado consumidor brasileiro, concentra as importações de alimentos para o abastecimento interno, destinados (ou não) ao processamento.

Veja a tabela 1 e a tabela 2.

Data de Publicação: 22/09/2006

Autor(es): Sueli Alves Moreira Souza Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor