Flores: desempenho do comércio exterior no período janeiro-setembro de 2006

            O valor acumulado das exportações de produtos da floricultura brasileira, de janeiro a setembro de 2006, atingiu US$ 24,2 milhões, um crescimento de 16,1% em relação ao mesmo período de 2005 (de US$ 20,9 milhões), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (SECEX-MDIC)1. Já as importações somaram US$ 6,8 milhões, apresentando variação positiva de 56,5% em relação aos mesmos meses de 2005 . O saldo da balança comercial cresceu 5,6%, com superávit de US$ 17,5 milhões contra os US$ 16,5 do período anterior (figura 1).

            O grupo de mudas2 destacou-se entre os produtos exportados com o valor de US$ 10,7 milhões (44,0% da exportação brasileira), o que significa crescimento de 12,2% em relação ao mesmo período de 2005. O grupo de bulbos, embora ocupando a segunda fatia em exportação (40,2%), apresentou melhor desempenho (+57,6%), passando de US$ 6,2 milhões para US$ 9,7 milhões. Por outro lado, o grupo de flores (fatia de 9,2%) apresentou desempenho inferior em relação a 2005 (-42,7%). Já o grupo de folhagens - de menor participação na fatia da exportação brasileira (6,6%) - surpreendeu, novamente, com crescimento de 24,7% em relação a igual período de 2005 (figura 2).

            Entre janeiro de 2003 e setembro de 2006, as exportações alcançaram o maior valor mensal (US$ 4,8 milhões) em junho deste ano, com variação positiva (+39,6%) em relação ao mesmo mês de 2005. Por outro lado, o desempenho, em termos de crescimento relativo em relação a igual mês do ano anterior, apresentou-se melhor em julho de 2006 (+ 48,2%) (figura 3).

            Os produtos da floricultura brasileira tiveram como destino 33 países até setembro, dos quais dois parceiros comerciais de peso absorveram 76,4% do valor comercializado (tabela 1). A Holanda continua como principal parceiro comercial da floricultura brasileira, com US$ 12,8 milhões (52,8% do total) e crescimento de 25,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com US$ 5,7 milhões (participação de 23,6%) e crescimento de 11,4% no período. Outros destinos de destaque em termos de volume são Itália (7,0%), Japão (4,1%) e Bélgica (2,9%).
            Destaca-se, por outro lado, o Canadá que passou do 11º lugar no ranking em 2005 para a 6ª posição em 2006 (crescimento de 132,4%). A Suíça pulou do 29o lugar em 2005 para a 11ª posição em 2006, com crescimento de 11.073,1%. Venezuela, Coréia do Sul, Cabo Verde e Guatemala, parceiros em 2005, não apresentaram registros de exportação em janeiro-setembro de 2006.

            Os indicadores aqui apresentados sinalizam aos agentes da cadeia envolvidos os itens onde estão ganhando ou perdendo a competitividade. Dessa maneira, fornecem uma ferramenta a mais para os ajustes necessários e para a otimização de suas atividades visando melhorar o seu desempenho no mercado global.3

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1 Considerou-se nesta análise o grupo de produtos especificados na Nomenclatura Comum do Mercosul, NCM 06 da SECEX/MDIC - Secretaria de Comércio Exterior, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Exportação, Importação e o Saldo da Balança Comercial brasileira de plantas vivas e produtos da floricultura. Disponível em http://aliceweb.mdic.gov.br/consulta_nova/resultadoConsulta.asp. Acesso em 16 de outubro de 2006.
2 O Capítulo 06 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é composto por quatro agrupamentos de produtos: de Bulbos (bulbos, tubérculos, rizomas, etc.), de Mudas (mudas de plantas ornamentais, de orquídeas, etc.), de Flores (flores cortadas para buquês, frescas ou secas) e Folhagens (folhas, folhagens e musgos para floricultura). No grupo de mudas, estão incluídos os de não-ornamentais como café, cana e videira, em valores ínfimos.
3 Artigo registrado no CCTC-IEA sob número HP-109/2006.

Data de Publicação: 31/10/2006

Autor(es): Ikuyo Kiyuna Consulte outros textos deste autor
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