Tecnologia da União Européia vai ajudar na gestão ambiental urbana

            O Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), por intermédio da pesquisadora Yara Maria Chagas de Carvalho, está coordenando o grupo de desenvolvimento do projeto Negowat no Brasil. O projeto, desenvolvido inicialmente na França, têm como objetivo testar um modelo multiagente combinado com jogo de papéis, para auxiliar a gestão ambiental em bacias hidrográficas peri-urbanas.
            A modelagem multiagente é uma nova forma de representação computacional que utiliza linguagem orientada a objetos. Essa técnica já é utilizada na indústria, no controle de tráfego aéreo e na análise de trânsito. Agora passa a ser utilizada em centros de pesquisa para a gestão de recursos naturais. Essa ferramenta permite simular o resultado de cada decisão tomada, o que faz com que cada grupo vivencie as razões do outro. É um importante auxílio para prefeituras e estados na negociação de conflitos em áreas de ocupação de mananciais.
            O trabalho é desenvolvido junto com os integrantes do Comitê da Bacia do Alto Tietê, formado por representantes do Estado, de prefeituras e da sociedade civil. As sub-bacias Guarapiranga e Cabeceiras foram escolhidas para a realização das pesquisas. Segundo Yara Carvalho, a intenção é capacitar os integrantes do comitê e facilitar as negociações entre eles. A administração da água envolve vários municípios, cada um com necessidades e interesses diferentes, além de as características da população que ocupa as áreas de manancias serem bastantes distintas. . Com isso, ela explica, pretende-se realizar a pesquisa em diálogo direto com a comunidade.
            Espera-se com este projeto gerar informações para a definição de prioridades e formulação de políticas públicas que forneçam recomendações sobre o uso do solo e da água nas áreas de mananciais com expansão urbana, de acordo com o diretor do IEA, Nelson Martin.
            O projeto é financiado pela Comissão Européia (CE) através do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), da França, e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
            A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), através do IEA, IAC e Instituto de Pesca, é responsável pela caracterização da dinâmica do espaço rural. O IEA estudará os aspectos sócio-econômicos relacionados com a agricultura urbana e o turismo rural. O projeto Negowat no Brasil conta também com a participação da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade de Campinas (Unicamp), do Instituto Internacional de Ecologia (IIE) e do Instituto de Estudos, Assessoria e Formação em Políticas Sociais - Polis. Projeto idêntico está sendo desenvolvido na Bolívia.

Wilson Tomanik

Data de Publicação: 25/07/2003

Autor(es): Wilson Tomanik Consulte outros textos deste autor