IEA divulga a cotação do boi rastreado a partir deste mês

            O Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, está divulgando, desde o dia 4 de agosto, a cotação diária do boi rastreado. As informações são fornecidas pelos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) da Cati e por fontes como empresas de leilões de gado, frigoríficos, sindicatos rurais e associações. O IEA é o primeiro órgão a divulgar o preço do boi rastreado no país.
            Por exigência do Mercado Comum Europeu, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou o Sistema Brasileiro de Indentificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), que tem como objetivo identificar, registrar e monitorar, individualmente, todos os bovinos e bubalinos nascidos no Brasil ou importados. A partir de agosto de toda carne exportada para o Mercado Europeu tem que ser de animais que estejam registrados no SISBOV a pelo menos quarenta dias.
            Como o mercado europeu absorve 70% das exportações brasileiras de carne bovina, tal exigência vem exercendo forte pressão na cotação de boi rastreado, gerando um diferencial de preço para esses animais. Daí a importância de se dispor da cotação de boi rastreado, objetivando oferecer aos diferentes agentes da cadeia produtiva de carne bovina informações sobre esses animais, para que os negócios ocorram com mais transparência e os produtores estejam informados. Dado o fato que existem poucos animais para atender essa exigência de rastreabilidade, o mercado de boi rastreado deverá se constituir em diferencial para os pecuaristas que se anteciparam a essa nova exigência de mercado.
            Segundo as normas do Mapa, até o fim de 2005 toda a carne exportada deve ser oriunda de animais rastreados e até 2007 todo o rebanho nacional deve estar dentro desse banco de dados. A segurança na alimentação e a segurança nas vendas são importantes para a sobrevivência dos pecuaristas e só serão garantidas com a certificação.
            A rastreabilidade está vinculada a aspectos de segurança alimentar. É uma ferramenta na procura da qualidade, que permite identificar um lote de carne de características diferenciadas e associar essa carne aos animais geradores, identificar seu manejo e os produtores. Essas informações são o ponto de partida para um constante incremento da qualidade e produtividade no campo. O tratamento sistêmico desses dados é fundamental para alavancar inovações tecnológicas e promover a integração da cadeia produtiva.
            A rastreabilidade é também o primeiro passo para atender às novas demandas de consumidores do mundo todo, cada vez mais exigentes quanto à qualidade e à inocuidade dos alimentos.

Preços diários recebidos pelo produtor:
Origem vegetal
Origem animal

Wilson Tomanik

Data de Publicação: 20/08/2003

Autor(es): Wilson Tomanik Consulte outros textos deste autor