Floricultura: desempenho do comércio exterior em 2006

            As exportações dos produtos da floricultura brasileira atingiram o valor de US$ 29,6 milhões em 2006, um aumento de 14,8% em relação ao ano anterior, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (SECEX/MDIC)1. O resultado mostra uma recuperação do setor, que apresentou variação positiva de 9,4% em 2005.
            Por outro lado, o valor das importações em 2006 (US$ 8,8 milhões) cresceu 55,8% em comparação com o de 2005. O saldo comercial terminou o ano com superávit de US$ 20,9 milhões, representando incremento de 3,4% (tabela 1).

            No período de 2000 a 2005, os valores FOB, tanto das exportações quanto do saldo comercial, apresentaram a mesma tendência de crescimento, enquanto os das importações tiveram queda no mesmo período. Mudança nessa tendência no decorrer de 2006, com aumento significativo no valor importado (+55,8%), contribuiu para uma variação muito pequena (3,4%) no saldo comercial (figura 1).
            O valor exportado da floricultura brasileira em 2006 apresentou variação positiva em três grupos2 de produtos (mudas, bulbos e folhagens) e números negativos no caso de flores frescas. Em termos de peso no valor exportado, o grupo de mudas ocupa o primeiro lugar com US$ 14,3 milhões exportados, representando 48,3% do valor total exportado e crescimento de 15,9%. A segunda fatia (34,3%) foi ocupada pelo grupo de bulbos com U$ 10,2 milhões e crescimento expressivo de 50,9%. Em terceiro lugar, o grupo de flores frescas deteve a fatia de 10,5% (US$ 3,1 milhões), porém com menor desempenho anual (-38,5%). Por último, o grupo de folhagens - com a fatia de 6,9% (US$ 2,0 milhões) do valor total exportado - apresentou variação favorável em relação ao ano anterior (+21,6%) (figura 2).

            Holanda e Estados Unidos continuam como parceiros comerciais mais importantes da floricultura brasileira entre os 33 países de destino. Em 2006, foram responsáveis por 73,5% do valor das exportações brasileiras do setor. A Holanda continua imbatível como destino principal em termos de valor comercializado (US$ 14,5 milhões), respondendo por 49,1% do total, além de apresentar desempenho consistente (+21,5%) em relação ao período anterior. Em segundo lugar no ranking de países de destino, os Estados Unidos ocupam 24,4% da fatia exportada com US$ 7,2 milhões, apresentando também desempenho favorável ao setor (+10,8%). Outros destinos de destaque em termos de volume são Itália (9,2%), Japão (3,8%), Uruguai (2,6%) e Bélgica (2,4%). Destacaram-se, sobretudo, no ranking dos países importadores o Uruguai, o Canadá, o México e a Suíça. Estes países sobressaíram também em termos de evolução anual: Uruguai (+179,5%), Canadá (+102,8%), México (+111,0%) e Suíça (+288,4%) Os demais destaques foram Hungria (+356,1%); República Tcheca (+265,9%); Suriname (+246,8%) e Angola (+191,9%) (tabela 2).
            Os países que já foram clientes de produtos da floricultura brasileira em 2005, ainda que sem registro das transações na base de dados da SECEX durante 2006, são: Venezuela, Coréia do Sul, Ilhas Cayman, Cabo Verde e Guatemala. No conjunto, esses países movimentaram cerca de US$ 25,8 mil em 2005. No sentido inverso, quatro países voltaram a ser importadores da floricultura brasileira (Equador, Peru, África do Sul e Nova Caledônia), movimentando US$ 20,3 mil em 2006.
            Um indicador importante para os exportadores brasileiros é o valor da exportação mensal e sua variação em relação ao período anterior, para fins de prospecção de demanda e futuro contato com clientes. O incremento no valor das exportações mensais em 2006 ocorreu principalmente nos meses de junho (+39,6%), julho (48,2%), agosto (+27,2%), setembro (24,3%) e novembro (15,6%) (figura 3).
            Uma grande parte desse incremento é proveniente do aumento no valor das exportações de bulbos, principalmente em junho e julho, e, em menor grau, em agosto e setembro. Outro produto que contribuiu para esse desempenho – porém de maneira sistemática ao longo de 2006 – foi a muda. Esses dois grupos compensaram a queda nas exportações mensais do grupo de flores de corte (figura 4).3
 

 
 


 
 


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1 Considerou-se nesta análise o grupo de produtos especificados na Nomenclatura Comum do Mercosul, NCM 06 da SECEX/MDIC - Secretaria de Comércio Exterior, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Exportação, Importação e o Saldo da Balança Comercial brasileira de plantas vivas e produtos da floricultura. Disponível em http://aliceweb.mdic.gov.br/consulta_nova/resultadoConsulta.asp. Acesso em 16 de janeiro de 2006.
2 O Capítulo 06 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é composto por quatro agrupamentos de produtos: de Bulbos (bulbos, tubérculos, rizomas, etc.), de Mudas (mudas de plantas ornamentais, de orquídeas, etc.), de Flores (flores cortadas para buquês, frescas ou secas) e Folhagens (folhas, folhagens e musgos para floricultura). No grupo de mudas, estão incluídos os de não-ornamentais como café, cana e videira, em valores ínfimos.
3 Artigo registrado no CCTC-IEA sob número HP-013/2007.

 

Data de Publicação: 28/02/2007

Autor(es): Ikuyo Kiyuna Consulte outros textos deste autor
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