Preços agropecuários sobem 2,51% na segunda quadrissemana de março

           O Índice Quadrissemanal de Preços Agropecuários Recebidos (IqPR) do Estado de São Paulo teve alta de 2,51% na 2ª quadrissemana de março de 2007. Essa alta se deve principalmente aos produtos de origem animal (IqPR-A), cuja variação positiva foi de 8,54%. Já os produtos de origem vegetal (IqPR-V) registraram queda de 0,42%. 
            O IqPR vem apresentando sucessivas desacelerações nas últimas quatro quadrissemanas, puxadas pelas quedas nos preços dos produtos de origem vegetal, enquanto o IqPR-A tem apresentado alta nas últimas quadrissemanas (gráfico 1).


Gráfico 1 – Evolução dos Índices Quadrissemanais de Preços Agropecuários, janeiro de 2007 a março de 2007

                                                Fonte: Instituto de Economia Agrícola

            Nas últimas quatro semanas, os preços agrícolas dos 20 produtos que compõem o IqPR apresentaram as seguintes amplitudes de variação (tabela 1).

Tabela 1 - Variações das cotações dos produtos, Estado de São Paulo, 2ª Quadrissemana de março de 2007

                                          Fonte: Instituto de Economia Agrícola

            Os produtos do IqPR que apresentaram a maior alta nos preços foram ovos (29,69%), tomate para mesa (23,40%), carne de frango (19,40%), feijão (4,75%) e laranja para mesa (4,47%). Os produtos com maior queda foram milho (-13,21%), carne suína (-8,76), arroz (-8,15%) e café (-4,37%) (gráfico 2).
Os ovos e a carne de frango continuam apresentando aumento de preços. No caso da carne de frango, isto se deve à retomada das vendas internacionais e, no dos ovos, é conseqüência da menor oferta do produto nessa época do ano, em função do ajuste no alojamento das poedeiras e da perspectiva de aumento de consumo com a proximidade da Semana Santa.
O tomate voltou a apresentar aumento de preço ocasionado pela baixa produção, pois os produtores reduziram a área plantada e os investimentos, já que tinham expectativas desfavoráveis. Outro fator que favoreceu essa alta foi a expectativa de maior consumo nesta época do ano.
 A queda das cotações do milho foi provocada pelo aumento da oferta, já que estamos no período final da colheita. Apesar do recuo, a média de preços do período continua elevada e ainda é a maior dos últimos quatro anos.
No período analisado, dez produtos apresentaram alta de preços (seis de origem vegetal e quatro de origem animal), enquanto nove produtos tiveram quedas (sete do segmento vegetal e dois do animal).
 
Gráfico 2 - Variações das cotações dos produtos, Estado de São Paulo, 2ª Quadrissemana de março de 2007
 

                                                 Fonte: Instituto de Economia Agrícola

Desconsiderando a cana-de-açúcar, o resultado do IqPR pula de 2,51% para 4,27%, enquanto o IqPR-V vai de -0,42% para 0,12%. Como o preço da cana apresentou recuo nas últimas quadrissemanas analisadas, este contribuiu diretamente para segurar o IqPR e o IPR-V devido a sua elevada representatividade na produção agropecuária paulista (gráfico 3).

Gráfico 3 - Variação percentual dos índices de preços recebidos pelos produtores, no Estado de São Paulo, com ponderações paulistas e brasileira1, 2ª Quadrissemana de março de 2007

                                                 Fonte: Instituto de Economia Agrícola

Como tem ocorrido nas últimas quadrissemanas, o IqPR Brasil, o IqPR-V Brasil e o IqPR-A Brasil foram inferiores aos números de São Paulo, com valores de 2,29%, -0,93% e 6,53%, respectivamente. Essas discrepâncias se dão em virtude das diferenças de importância dos produtos na formação das respectivas rendas agropecuárias (gráfico 2).

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1Estado de São Paulo representa um espaço econômico formador de preços na agricultura brasileira. Daí a opção de considerar na apresentação dos índices de preços, ainda que no mercado paulista, uma ponderação para todo Brasil (consistida nas participações dos diferentes produtos considerados na produção agropecuária nacional) e também para São Paulo (consistida nas participações dos diferentes produtos considerados na produção agropecuária estadual). Ainda em busca do maior aprofundamento na compreensão dos movimentos dos preços, apresentam-se as variações dos índices com ponderação paulista em duas tabulações: uma sem a cana para indústria e outra com a cana para indústria, lavoura que pela sua representatividade na produção estadual pode levar a interpretações não apropriadas do movimento dos preços
 
 
 

Data de Publicação: 20/03/2007

Autor(es): Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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