A produção brasileira de mandioca da safra 2006/07 está estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 27,5 milhões de toneladas, superando em 3,0% o volume obtido no período anterior. O aumento ocorreu basicamente nas Regiões Norte e Nordeste. Nas Regiões Sul e Centro-Oeste não houve variação significativa enquanto no Sudeste houve queda de 1,0%. Examinando a série histórica, verifica-se que a produção alcançada é recorde dos últimos dez anos.

            No Estado de São Paulo, o Instituto de Economia Agrícola estima a produção de mandioca em 935,9 mil toneladas, resultado 6% superior ao da safra anterior, em função, principalmente, de expansão expressiva dos volumes registrados nas duas principais regiões produtoras compostas pelos municípios dos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Assis (33%) e de Ourinhos (34%), onde estão concentradas as indústrias processadoras de mandioca, tanto de farinha como de fécula. As duas regiões respondem por 56% da produção total do Estado. Esse comportamento diferenciado do restante do Estado, onde de maneira geral a produção foi menor, revela que está havendo melhor coordenação da cadeia produtiva nas duas regiões, sabe-se que a produção sob contrato está se tornando uma prática mais comum no relacionamento entre indústrias e agricultores inclusive com antecipação parcial de pagamento.

            Os preços recebidos pelos produtores apresentam comportamento cíclico com picos muito elevados se alternando com períodos mais longos de preços baixos, muitas vezes aviltados (Figura 1). A possibilidade de nesse momento estar começando um movimento que leve a um pico acentuado é forte, uma vez que os preços dos produtos substitutos estão em forte ascenção.

            Os preços recebidos pelos produtores paulistas de mandioca, abaixo dos R$100,00 por tonelada desde agosto de 2005, começaram a se recuperar a partir de novembro do ano passado, atingindo o valor médio de R$108,00 por tonelada em julho de 2007 (Figura 1), nesse final de agosto o preço já evoluiu para R$120,00 por tonelada, o que representa uma variação de 46% em 12 meses, quando a inflação, medida pelo Índice Geral de Preços do Mercado, foi de 4,63% no mesmo período.