As
Câmaras Setoriais Agroindustriais: da reivindicação
para a auto-regulação? (Maya
Takagi)
RESUMO:
Este
artigo busca analisar transformações recentes das relações
entre representações de grupos privados e o Estado na elaboração
de políticas, tomando as câmaras setoriais agroindustriais
paulistas como objeto de estudo. A análise está baseada em
uma pesquisa de campo que identificou as câmaras setoriais existentes
no País, analisou seu contexto de emergência, o seu modo de
funcionamento e alguns resultados alcançados durante os anos de
1999 e 2000. Verificou-se que, a partir do momento em que o Estado teve
suas políticas gerais para o setor agrícola enfraquecidas,
e cresceram as estratégias competitivas entre e dentro das cadeias
produtivas, fortaleceram-se arranjos mais específicos e re-gionalizados,
em torno das cadeias produtivas, incorporando os grupos privados nos fóruns
públicos de tomada de decisões. A partir de uma análise
das ações tomadas pelas câmaras setoriais, verificou-se
que estas estão mudando sua relação com o Estado,
na direção de uma maior auto-regulação e menor
de-pendência para com as decisões e políticas públicas.
Ao fim, buscou-se fazer uma análise dos fatores que fortalecem e
dificultam a continuidade deste tipo de arranjo público-privado.

Tecnologia
e Produtividade da Cotonicultura Brasileira (Sebastião
Nogueira Junior Marisa Zeferino Barbosa Célia Regina R P. T. Ferreira
)
RESUMO:
O
artigo analisa a tecnologia e o comportamento da produtividade da terra
para a cultura do algodão nos principais Estados produtores do Brasil
- Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São
Paulo -, no período 1980-2000, e, também, para o subperíodo
1996-2000, por intermédio de médias móveis trienais
e do Teste de Friedman (c2 de Fried-man). Os resultados mostram uma inversão
na posição do Estado de Mato Grosso, da última para
a primeira posição de índices de produtividade, em
função do elevado padrão tecnológico adotado
nas safras recentes.
........
Mercado de Flores
e Plantas Ornamentais no Estado de São Paulo: avaliação
da sazonalidade no Veiling Holambra (Roberta Wanderley
da Costa, José Vicente Caixeta Filho )
RESUMO:
O presente trabalho teve como objetivo principal a avaliação
do eventual compor-ta-mento sazonal dos volumes e preços praticados
na floricultura paulista. Para tal, os produ-tos escolhidos foram: rosa,
crisântemo e violeta. Dados referentes à década de
90 foram levan-tados no Veiling Holambra (cooperativa que comercializa
produto via leilão eletrônico). Além desse objetivo
principal, realizou-se a identificação dos períodos
sazonais existentes e a identi-ficação das características
do comportamento sazonal de volumes e preços das principais flores
e plantas ornamentais comercializadas no Veiling Holambra. Os resultados
do trabalho apon-taram períodos de três em três meses
para o volume de rosas e violetas e período de doze em doze meses
para o volume de crisântemos. Para os preços, observaram-se
semelhanças naqueles praticados para crisântemos e violetas,
com período de seis em seis meses, e para o preço de ro-sas,
observou-se período de doze meses.
Comércio
Agrícola e Vulnerabilidade Externa Brasileira (Maria
Auxiliadora de Carvalho)
RESUMO:
O objetivo deste trabalho é confrontar o desempenho das exportações
brasileiras às tendências da demanda mundial por produtos
agrícolas e avaliar a competitividade da agricul-tura no comércio
mundial na década de 90. A eficiência global do País
no comér-cio de produ-tos agrícolas foi avaliada levando-se
em conta sua participação no mercado e o posicionamento do
produto no comércio mundial. Os resultados mostraram que a agricultura
teve posiciona-mento desfavorável no mercado internacional devido
ao declínio dos preços. A agricultura bra-sileira foi classificada
em situação de vulnerabilidade porque teve aumento de competitividade
nesse mercado em declínio. A maior fragilidade do comércio
agrícola é a concentração em ma-térias-primas,
enquanto a maior parte dos produtos de posicionamento favorável
incorpora mais valor e tem elasticidade-renda mais elevada.

Análise
da Formação de Preços no Mercado Internacional de
Soja: o caso do Brasil (Mario A. Margarido, Jocelynne
Marie Fernandes, Frederico A. Turolla )
RESUMO:
Estimou-se a elasticidade da transmissão de preços no mercado
de grão de soja en-tre o Porto de Rotterdam e o Brasil, no período
de julho de 1994 a setembro de 2001. Utilizou-se teste de raiz unitária
Dickey-Fuller Aumentado (ADF), teste de co-integração de
Johansen, mo-delo vetorial de correção de erro, teste de
exogeneidade, decomposição da variância dos erros de
previsão e função de resposta de impulso. No curto
prazo, os preços da soja no Brasil tendem a eliminar mais rapidamente
os desequilíbrios transitórios, comparados aos preços
em Rotterdam. No longo prazo, as variações dos preços
em Rotterdam são transmitidas totalmente para os preços da
soja no Brasil, confirmando a Lei do Preço Único.
Custos
de Transporte e Produção Agrícola no Brasil, 1970-1996
(Newton
de Castro)
RESUMO:
O objetivo deste artigo é avaliar o impacto dos custos de transporte
na produção agrícola brasileira nas décadas
de 70, 80 e 90, com destaque para a região dos cerrados. Pa-ra tanto,
desenvolve-se um modelo econométrico de função produção
cuja especificação incorpo-ra os insumos agrícolas
clássicos e modernos, bem como variáveis indicadoras dos
custos de trans-porte inter e intrarregional. Os resultados alcançados
permitiram quantificar espacialmen-te a interdependência entre os
transportes e a produção agropecuária, e os mecanismos
pe-los quais as reduções de custo de transporte se traduzem
no aumento da produtividade agrícola.
Fatores
Associados à Decisão de Diversificação nas
Cooperativas Agropecuárias nos Estados de Minas Gerais e São
Paulo (Marco Aurélio Marques Ferreira,
Marcelo José Braga )
RESUMO:
A incorporação de estratégias competitivas tem sido
uma das alternativas das coo-perativas agropecuárias na busca de
ganhos de eficiência e competitividade diante da glo-ba-lização
dos mercados. Assim, os objetivos deste trabalho foram avaliar os fatores
associados à diversificação nas cooperativas agropecuárias
e relacionar essa estratégia com a me-lho-ria da posição
competitiva da organização. O elevado número de cooperativas
diver-si-fica-das, bem como a maior relação dos novos negócios
e produtos com a atividade principal da cooperativa, revelaram-se como
importantes instrumentos a serem utilizados pelos formuladores das políti-cas
de fomento ao setor, em razão de a maior freqüência de
diversificação concêntrica represen-tar uma vantagem
competitiva, à medida que, de modo geral, permite às cooperativas
maior eficiência no aproveitamento dos recursos comuns.