OCDE alerta para riscos sociais e ambientais no Brasil

          Ao mesmo tempo em que atesta o vigor da agricultura brasileira e isenta o país das acusações de crescer com subsídios, o estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado ontem lista desafios para o setor nas áreas social, ambiental e de infra-estrutura. O campo representa 8% do PIB e quase 40% das exportações brasileiras. A OCDE, que reúne países industrializados, voltará a examinar o relatório sobre a agricultura do país na semana que vem, em Paris, e deverá publicá-lo em outubro no Brasil.
         Em linhas gerais, a OCDE atribui o crescimento agrícola brasileiro à melhora da produtividade e ao baixo preço de insumos importados, além do recente aumento na área plantada. 
         Entre os alertas ambientais que contém, o estudo da OCDE considera que o aumento da produção de soja e a crescente demanda por pastagens para a pecuária 'ameaçam a floresta Amazônica'. O trabalho também levanta o temor com o impacto ambiental no Cerrado, e estima que desde 1990 o Brasil perdeu uma área florestal equivalente ao tamanho do Reino Unido - graças, na maior parte, a grandes fazendeiros.
        A 'fraca' infra-estrutura nacional é considerada um problema para o desenvolvimento agrícola do país. Segundo o estudo, apenas 10% das grandes estradas brasileiras são pavimentadas, ante 29% na Argentina, gerando custos relativamente importantes para os exportadores.
       O estudo aponta, também, benefícios para o Brasil nas negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), principalmente em decorrência de reformas nas políticas agrícolas de países ricos. Nesse contexto, a OCDE calcula que o Brasil poderá abocanhar mais da metade de todos os ganhos dos países em desenvolvimento ( 01/06/05 –
www.valoronline.com.br).

Data de Publicação: 01/06/2005

Autor(es): Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros Consulte outros textos deste autor