Estimativa dos Impactos de Medidas Protecionistas Utilizadas pelos Estados Unidos e União Européia sobre as Exportações Brasileiras de Açúcar

As exportações brasileiras de açúcar vêm se apresentando altamente competitivas no mercado mundial. Contudo, vêm sofrendo os efeitos de fortes políticas protecionistas nesse mercado, que chegam a alterar a movimentação da produção em resposta à determinação de oferta e demanda de mercado. O objetivo deste estudo foi estimar o impacto das medidas protecionistas (quotas tarifárias e do suporte de preço) mantidas por países desenvolvidos, como os Estados Unidos e a União Européia, para o açúcar bruto, sobre a exportação brasileira do produto, considerando-se, como hipótese, que outros países exportadores (potenciais e efetivos) não alteraram suas participações no mercado internacional. Os resultados mostraram que a eliminação do equivalente tarifário das principais medidas protecionistas mantidas pelos EUA (da ordem de 99% e 15%, respectivamente, em relação às exportações do Centro-Sul e do Norte-Nordeste do Brasil, considerando-se as medidas protecionistas) aumentaria a exportação brasileira de açúcar bruto para esse país em cerca de 18%, considerando as exportações médias que ocorreram para o mercado norte-americano no período 1996 a 2002. Na União Européia (UE), a eliminação do equivalente tarifário de medidas protecionistas (equivalente a 152% e 91%, respectivamente, em relação às exportações do Centro-Sul e do Norte-Nordeste) provocaria um aumento de 55% sobre as exportações brasileiras, considerando a média do período 1996 a 2002 das exportações brasileiras para o bloco econômico.

Palavras-chave: açúcar, exportação, protecionismo, EUA e UE.

Data de Publicação: 01/01/2004

Autor(es): Cinthia Cabral da Cosa Consulte outros textos deste autor
Heloisa Lee Burnquist (hlburnqu@esalq.usp.br) Consulte outros textos deste autor