Acompanhamento de Preços no Mercado Varejista de Alimentos no Município de São Paulo – Janeiro e Fevereiro de 2017

Desde 1970, o Instituto de Economia Agrícola (IEA), sistematicamente, coleta, analisa e divulga mensalmente informações de preços de diversos itens alimentícios no mercado varejista do município de São Paulo. Atualmente, são acompanhados 88 produtos de origem animal e vegetal. O trabalho baseia-se no levantamento diário de informações de preços em supermercados, feiras livres, sacolões e varejões, açougues e padarias distribuídos conforme metodologia amostral estratificada probabilística1 em todas as regiões da capital paulista. Ao final do levantamento mensal, aproximadamente, 15.000 dados de preços pesquisados são depurados e seus resultados apresentados na home-page do IEA (http://www.iea.agricultura.sp.gov.br) em formato de preços médios mensais e de índices agregativos (IPCMT – índice de preços da cesta de mercado total; IPCMA – índice de preços da cesta de mercado dos produtos de origem animal; IPCMV – índice de preços da cesta de mercado dos produtos de origem vegetal) que acompanham a variação da cesta de mercado das famílias paulistanas.

Em relação aos meses de janeiro e fevereiro deste ano observa-se que ocorreram situações distintas no acompanhamento de variação dos preços de itens alimentícios no município de São Paulo. Em janeiro, foi interrompida uma série de índices negativos apurados no final de 2016, com variação positiva, a cesta de mercado do paulistano ficou 1,66% mais cara em relação a dezembro de 2016, em contrapartida, houve recuo de 2,25% no mês de fevereiro comparativamente a janeiro.

Aparentemente conflitante, estes resultados já refletem uma situação que deverá ser positiva para os consumidores em 2017. Pois vejamos, em janeiro de 2017 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou inflação de 0,38%, segundo o jornal Valor Econômico2, este é o valor mais baixo de inflação para o mês de janeiro desde o início da série histórica do IPCA em 1979. Também em relação à expectativa para 2017, diversos economistas corroboram com a projeção do Banco Central de inflação abaixo da meta de 4,5% e apostam que não haverá pressão dos alimentos nos índices de preços ao consumidor, pois, estes itens já estão com preços considerados altos no mercado e a retomada do consumo, se houver, será tímida. Esse cenário pode ser alterado ao longo do ano, caso as condições climáticas forem desfavoráveis ao desenvolvimento dos produtos agropecuários.

No mês de janeiro deste ano, para o grupo de produtos formado por itens de origem animal, a variação de preços no mês foi de 1,19%, sendo que os três subgrupos também apresentaram variação positiva. Mesma situação é observada para o grupo e subgrupos dos produtos de origem vegetal. No índice total, a variação mensal foi de 1,66%, ou seja, o dispêndio para aquisição de produtos alimentícios para consumo dentro do domicílio para as famílias paulistanas ficou mais caro em janeiro comparativamente a dezembro de 2016. Para uma melhor compreensão da dinâmica de variação no mês apresentam-se os principais resultados na figura 1.



No mês de fevereiro o dispêndio para aquisição de produtos alimentícios para consumo dentro do domicílio para as famílias paulistanas foi 2,25% menor em relação ao mês de janeiro, sendo que os produtos de origem animal apresentaram um recuo de 2,46%, sendo liderado pelos leites e derivados que tiveram uma baixa de 3,18%. Quanto aos produtos de origem vegetal, o recuo foi de 2,03%, sendo que as frutas foi o subgrupo que apresentou maior queda 4,29% (Figura 2).



- COMO ENTENDER AS FIGURAS 1 E 2

Nas figuras 1 e 2 estão dispostos os seguintes resultados: 1) Índice total equivale ao Índice de Preços da Cesta de Mercado Total (IPCMT), divulgado mensalmente pelo Instituto de Economia Agrícola. Este índice é obtido através do cálculo de variação de preços no mês atual em relação ao anterior ponderados pela sua importância na cesta de mercado das famílias paulistanas; 2) Índice por grupos, para os produtos de origem animal equivale ao Índice de Preços da Cesta de Mercado de Produtos de Origem Animal (IPCMA) e para os produtos de origem vegetal equivale ao Índice de Preços da Cesta de Mercado de Produtos de Origem Vegetal (IPCMV), e é calculado de forma análoga ao índice total, a diferença é composta por produtos conforme a origem, animal ou vegetal; 3) Indicadores por subgrupos são calculados seguindo a mesma regra dos anteriores, o objetivo é indicar a contribuição do subgrupo na formação dos índices por grupos e total; e 4) Variação por produtos, o objetivo é mostrar quais produtos tiveram maior influência ou variação na formação do índice no mês.

Este trabalho, além de apresentar as variações calculadas para os meses de janeiro e fevereiro de 2017 dos preços médios no mercado varejista do município de São Paulo, tem o intuito de informar aos usuários que a partir do mês de abril, serão divulgados relatórios mensais sobre as variações de preços da cesta de mercado do paulistano. Esse produto será veiculado conforme cronograma que também será disponibilizado no próprio mês de abril.

  

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1MARTINS, V. A.; BUENO, C. R. F.; SACHS, R. C. C. Proposta de reestruturação do sistema amostral de coleta de dados no mercado varejista de alimentos da cidade de São Paulo: uma aplicação de amostragem estratificada em dois estágios. Informações Econômicas, São Paulo, v. 39, n. 8, p. 49-65, ago. 2009. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/publicacoes/ie/2009/tec5-0809.pdf>. Acesso em: mar. 2017.

 

2SALES, R. IPCA registra em janeiro a menor taxa da história para o mês. Valor Econômico, São Paulo, 8 fev. 2017. Disponível em <http://www.valor.com.br/brasil/4862436/ipca-registra-em-janeiro-menor-taxa-da-historia-para-o-mes>. Acesso em: 8 fev. 2017.

 Palavras-chave: mercado varejista, município de São Paulo, preços, índices. 

Data de Publicação: 28/03/2017

Autor(es): Vagner Azarias Martins (vagnermartins@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Priscilla Rocha Silva Fagundes (prsfagundes@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor