Balança Comercial dos Agronegócios no primeiro trimestre de 2003

            No primeiro trimestre de 2003, a Balança Comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,76 bilhões, com exportações de US$ 15,05 bilhões e importações de US$ 11,28 bilhões. Esse superávit, cerca de 3,7 vezes maior do que o de igual período do ano anterior, resultou de um aumento das exportações (+26,5%) superior ao incremento das importações (+3,9%). As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 29,2% em relação ao primeiro trimestre de 2002, atingindo US$ 6,08 bilhões (40,4% do total). Já as importações do setor subiram 2,1%, também em comparação com 2002, somando US$ 1,81 bilhão (16,0% do total). O superávit do agronegócio foi de US$ 4,27 bilhões1, 45,6% superior ao do primeiro trimestre do ano passado (gráfico 1).
            A participação das exportações do agronegócio no total do País apresentou leve crescimento, enquanto a das importações experimentou pequeno decréscimo (gráfico 2).
 

            As exportações do Estado de São Paulo2 somaram US$ 4,75 bilhões (31,6% do total nacional) e as importações3, US$ 4,87 bilhões (43,2% do total nacional), registrando déficit de US$ 120,37 milhões, cerca de 83,0% inferior ao observado no primeiro trimestre de 2002. Esse resultado indica que a Balança Comercial paulista deverá apresentar superávit ao final do ano, como ocorreu em 20024. Em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, o valor das exportações aumentou 17,2% e o das importações, 2,3%. O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes (+17,7%), atingindo US$ 1,48 bilhão, enquanto as importações diminuíram 10,8%, somando cerca de US$ 0,66 bilhão, com saldo de US$ 0,82 bilhão5, 58,7% maior do que o de igual período de 2002 (gráfico 3).

            A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado aumentou 0,1 ponto percentual, enquanto a participação das importações diminuiu 1,9 ponto percentual (gráfico 4).

            Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo representaram cerca de 24,3%, 2,5 pontos percentuais a menos do que no primeiro trimestre de 2002, enquanto as importações representaram pouco mais de 36,5%, 5,3 pontos percentuais a menos do que no ano anterior (gráfico 5).

            Os principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio paulista, no primeiro trimestre de 2003, foram bovinos (US$ 0,34 bilhão), frutas (US$ 0,30 bilhão), especialmente suco de laranja (quase US$ 0,29 bilhão), produtos florestais (US$ 0,25 bilhão), cana e sacarídeas (US$ 0,18 bilhão), agronegócios especiais (US$ 0,10 bilhão). Em âmbito nacional, os principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio foram produtos florestais (US$ 1,30 bilhão), cereais / leguminosas / oleaginosas (US$ 1,12 bilhão), bovinos (US$ 0,95 bilhão), suínos e aves (US$ 0,54 bilhão) e café e estimulantes (US$ 0,45 bilhão).
            A quantidade6 de produtos do agronegócio exportada pelo Brasil cresceu 33,1%, quando comparada com a de igual período de 2002, enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo aumentou 26,2%. Os preços dos produtos do agronegócio exportados caíram 3,1% no nível nacional e 6,8% no âmbito de São Paulo. Entre os produtos que apresentaram crescimento de quantidades exportadas, destacaram-se no agronegócio, no nível nacional, soja (73,8%), peixes e crustáceos (58,1%) e carnes (30,5%).
            Cerca de 61,7% do valor das exportações do agronegócio, no primeiro trimestre de 2003, corresponderam, no nível nacional, a produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados). No Estado de São Paulo, a participação de produtos industrializados do agronegócio foi bem maior (79,0% do total).
            Entre as categorias de uso, observa-se que matérias-primas e produtos intermediários foram o grupo predominante no período de janeiro a março de 2003, representando 59,1% do valor total de exportações nacionais de mercadorias do agronegócio. No caso do Estado de São Paulo, o grupo de bens de consumo foi o principal (49,0% do valor total).
            Os agregados do comércio exterior do Brasil e de São Paulo, para o total e para os agronegócios, são apresentados nas tabelas 1a a 3a .

Tabela 1a. - Brasil - Comércio Exterior, Primeiro Trimestre de 2002 e 2003
(US$ bilhão)

Ano
Total
Agronegócio
Partic. Do Agronegócio(%)
Exportação Importação Saldo Exportação Importação  Saldo Exportação Importação
2002
11,89
10,86
1,03
4,71
1,77
2,94
39,6
16,3
2003
15,05
11,28
3,77
6,08
1,81
4,27
40,4
16,0
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 2a. - Estado de São Paulo - Comércio Exterior, Primeiro Trimestre de 2002 e 2003
(US$ bilhão)

Ano
Total
Agronegócio
Partic. do Agronegócio(%)
Exportação Importação Saldo Exportação Importação  Saldo Exportação Importação
2002
4,05
4,76
-0,71
1,26
0,74
0,52
31,1
15,5
2003
4,75
4,87
-0,12
1,48
0,66
0,82
31,2
13,6
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir dos dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 3a. - Participação do Comércio Exterior do Estado de São Paulo no Brasileiro, Total e Agronegócio, Primeiro Trimestre de 2002 e 2003
(%)

Ano Total Agronegócio
Exportação Importação Exportação Importação 
2002
34,1
43,8
26,8
41,8
2003
31,6
43,2
24,3
36,5
Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir dos dados básicos da SECEX/MDIC
 
 
1 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio brasileiro foi de US$ 4,59 bilhões.
2 Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
3 Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
4 No ano de 2002, a Balança Comercial paulista passou a apresentar superávits a partir do mês de agosto.
5 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio paulista foi de US$ 0,92 bilhão.
6 As discussões sobre quantidades e preços baseiam-se em resultados provenientes do cálculo de índices pela fórmula de Fisher.

Para download do artigo, clique aqui .


Veja as tabelas:


Para download das tabelas:
Formato .zip
Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2003
Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil e Estado de São Paulo,  Janeiro a Março de 2003
Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Brasil, Janeiro a Março de 2002 e Janeiro a Março de 2003
Valor das Exportações, Importações e Saldo por Produto, Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2002 e Janeiro a Março de 2003
Variações de Quantidade e Preço, Exportações e Importações por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2003
Variações de Quantidade e Preço de Exportações dos Agronegócios, Principais Produtos, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2003
Exportações, Importações e Saldo de Mercadorias do Agronegócio por Capítulo, Nomenclatura Comum do MERCOSUL, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Março de 2003

Data de Publicação: 17/04/2003

Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor
José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Sueli Alves Moreira Souza Consulte outros textos deste autor