Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Outubro de 2016


 

De janeiro a outubro de 2016, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$38,03 bilhões (24,8% do total nacional) e as importações2, US$43,18 bilhões (37,7% do total nacional), registrando um deficit de US$5,15 bilhões. Em relação a janeiro-outubro de 2015, o valor das exportações paulistas aumentou 0,8% e o das importações diminuiu 21,5%, com queda no deficit comercial (Figura 1). Comparando-se janeiro a outubro de 2016 com igual período de 2015, as exportações paulistas cresceram (+0,8%), enquanto as brasileiras caíram (-4,6%); nas importações, o decréscimo em São Paulo (-21,5%) foi menor do que no Brasil (-22,8%). Assim, na conjunção dos desempenhos das exportações e importações, o deficit da balança comercial paulista registrou queda de 70,2%, e o superavit da balança comercial brasileira atingiu US$38,53 bilhões, mais do que o triplo de igual período do ano anterior.


O agronegócio3 paulista apresentou exportações crescentes (+13,4%), atingindo US$14,97 bilhões; as importações setoriais caíram (-14,1%), somando US$3,72 bilhões, resultando em um superavit de US$11,25 bilhões, o que representa aumento de 26,8% no saldo comercial do agronegócio em relação aos dez primeiros meses de 2015 (Figura 2).

 

 

Destaque-se que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio - somaram US$39,46 bilhões e as exportações US$23,06 bilhões, gerando um deficit externo desse agregado de US$16,40 bilhões. Assim, conclui-se que o deficit do comércio exterior paulista só não foi bem maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se positivo e crescente.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado subiu 4,4 pontos percentuais, enquanto a participação das importações aumentou 0,7 ponto percentual na comparação do período janeiro-outubro de 2016 com o de 2015 (Figura 3).

A balança comercial brasileira registrou superavit de US$38,53 bilhões de janeiro a outubro de 2016, com exportações de US$153,09 bilhões e importações de US$114,56 bilhões. O superavit comercial aumentou em função de queda nas exportações (-4,6%) menor que a das importações (-22,8%) (Figura 4).

 

 

De janeiro a outubro de 2016, as exportações do agronegócio brasileiro diminuíram 2,2% em relação à igual período do ano anterior, atingindo US$73,10 bilhões (47,7% do total). As importações do setor também caíram (-1,7%), na comparação com o mesmo período do ano passado, somando US$10,99 bilhões (9,6% do total). O superavit do agronegócio em janeiro-outubro de 2016 foi de US$62,11 bilhões, sendo 2,3% inferior ao do mesmo período do ano passado (Figura 5).

 


Portanto, o comércio exterior brasileiro só não foi deficitário devido ao desempenho do agronegócio, uma vez que os demais setores, com exportações de US$79,99 bilhões e importações de US$103,57 bilhões, produziram no período um deficit de US$23,58 bilhões.

A participação do agronegócio nos totais do País aumentou em termos das exportações (+1,2 ponto percentual) e também com relação às importações (+2,1 pontos percentuais) (Figura 6).


 

A participação paulista no total da balança comercial brasileira aumentou em termos das exportações (+1,3 ponto percentual) e também no tocante às importações (+0,6 ponto percentual) (Figura 7).

 

Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo no período janeiro-outubro de 2016 representaram 20,5%, ou seja, 2,8 pontos percentuais a mais que nos dez primeiros meses de 2015, enquanto as importações representaram 33,8%, percentual inferior ao verificado no ano passado (-4,9 pontos percentuais) (Figura 8).

 

 

1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele onde foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.

2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.

3Os grupos de produtos do agronegócio podem ser vistos em: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA. Agrostat. Brasília: MAPA. Disponível em: <http://agrostat2.agricultura.gov.br/index>. Acesso em: nov. 2016.

 

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.



Data de Publicação: 24/11/2016

Autor(es): José Roberto Vicente (jrvicente@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor