Resultado da Balança Comercial do Agronegócio Paulista no Primeiro Bimestre de 2006

            No primeiro bimestre de 2006, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$ 5,80 bilhões (32,2% do total nacional) e as importações2, US$ 4,91 bilhões (39,7% do total nacional), gerando superávit de US$ 890 milhões. Esse resultado mostra tendência crescente do saldo da balança comercial paulista (gráfico 1). Em relação ao primeiro bimestre de 2005, o valor das exportações paulistas aumentou 15,8% e o das importações, 13,7%. O crescimento nas exportações paulistas (+15,8%) nos dois primeiros meses de 2006, em relação ao mesmo período de 2005, foi pouco inferior à média brasileira (+18,6%). Nas importações, ocorre a mesma tendência, com menor incremento em São Paulo (+13,7%) do que no Brasil (+20,7%). Assim, o percentual de aumento do saldo da balança comercial paulista (+29,0%) foi maior que o da brasileira (+14,1%) (tabela 4).

Gráfico 1 - Balança Comercial Estadual, Estado de São Paulo, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            O agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes (+3,2%), atingindo US$ 1,61 bilhão, enquanto as importações cresceram 1,7%, somando cerca de US$ 590 milhões, com saldo de US$ 1,02 bilhão3, 4,1% maior do que o do primeiro bimestre de 2005 (gráfico 2),. As aquisições de produtos estrangeiros relacionados ao agronegócio, realizadas por importadores baseados em São Paulo, tiveram aumento de 1,7%, enquanto as importações totais estaduais cresceram 13,7%. Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive o agronegócio – somaram US$ 4,32 bilhões para exportações de US$ 4,19 bilhões, gerando um déficit externo, desse agregado, de US$ 130 milhões no primeiro bimestre de 2006. Isto permite concluir que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho do agronegócio estadual.

Gráfico 2 - Balança Comercial do Agronegócio, Estado de São Paulo, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado diminuiu 3,3 pontos percentuais, enquanto a participação das importações decresceu apenas 1,4 ponto percentual (gráfico3).

Gráfico 3 - Participação do Agronegócio na Exportação e na Importação, Estado de São Paulo, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,66 bilhões no primeiro bimestre de 2006, com exportações de US$ 18,02 bilhões e importações de US$ 12,36 bilhões. Esse superávit, 14,1% maior do que o do mesmo período em 2005, resultou de aumento nas exportações (+18,6%) inferior ao das importações (+20,7%) (gráfico 4). Assim, dado o atual patamar do câmbio, ocorre aumento das exportações menor que o das importações e, com isso, uma redução no ritmo de ampliação do superávit.

Gráfico 4- Balança Comercial Nacional, Brasil, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 7,5% em relação ao primeiro bimestre do ano anterior, atingindo US$ 6,17 bilhões (34,2% do total). Já as importações do setor somaram US$ 1,57 bilhão (12,7% do total). O superávit do agronegócio no primeiro bimestre de 2006 foi de US$ 4,60 bilhões4, 7,7% superior ao do mesmo período do ano anterior (gráfico 5). Isso revela incremento da importância relativa dos agronegócios no comércio externo brasileiro.

Gráfico 5 - Balança Comercial do Agronegócio, Brasil, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            A participação do agronegócio brasileiro no total da balança comercial do País diminuiu relativamente tanto em termos de exportação (-3,6 pontos percentuais) quanto de importações (-1,7 ponto percentual) (gráfico 6). Isto decorreu do avanço das transações externas de outros setores e dos efeitos do câmbio que diminuiu a competitividade das commodities agropecuárias.

Gráfico 6 - Participação do Agronegócio na Exportação e na Importação, Brasil, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            Em relação à economia brasileira, as exportações de São Paulo no primeiro bimestre de 2006 representaram 32,2%, ou 0,8 ponto percentual a menos que as de janeiro-fevereiro de 2005. Já as importações representaram 39,7%, ou 2,5 pontos percentuais a menos que no ano anterior (gráfico 7). Isso revela descentralização do comércio exterior brasileiro nesses dois meses, com perda de participação relativa paulista no total nacional.

Gráfico 7- Participação do Estado de São Paulo no Brasil, Exportação e Importação, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC

            Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações de São Paulo no primeiro bimestre de 2006 representaram 26,1%, ou 1,1 ponto percentual a menos que as de janeiro-fevereiro de 2005. Já as importações representaram 37,6%, ou 1,9 ponto percentual a menos do que no ano anterior (gráfico 8), também demonstrando dinamismo paulista inferior ao nacional.

Gráfico 8- Participação do Agronegócio Paulista no Agronegócio Brasileiro, Exportação e Importação, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006

 
Fonte: IEA/APTA/SAA, dados básicos da SECEX/MDIC.


            Os agregados da balança comercial do Brasil e de São Paulo, para o total e para o agronegócio, são apresentados nas tabelas 1 a 4.

Tabela 1 - Brasil - Balança Comercial, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006
( US$ bilhão)
 

Total
Agronegócio
Partic. do Agronegócio(%)
Ano
Exportação
Importação
Saldo
Exportação
Importação 
Saldo
Exportação
Importação
2005
15,20
10,24
4,96
5,74
1,47
4,27
37,8
14,4
2006
18,02
12,36
5,66
6,17
1,57
4,60
34,2
12,7

Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 2 - Estado de São Paulo - Balança Comercial, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006
( US$ bilhão)
 

Total
Agronegócio
Partic. do Agronegócio(%)
Ano Exportação Importação Saldo Exportação Importação  Saldo Exportação
Importação
2005
5,01
4,32
0,69
1,56
0,58
0,98
31,1
13,4
2006
5,80
4,91
0,89
1,61
0,59
1,02
27,8
12,0

Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 3 - Participação da Balança Comercial do Estado de São Paulo no Brasileiro, Total e Agronegócio, Primeiro Bimestre, 2005 e 2006
(%)
 

Total
Agronegócio
Ano
Exportação
Importação
Exportação
Importação 
2005
33,0
42,2
27,2
39,5
2006
32,2
39,7
26,1
37,6

Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Tabela 4 - Balança Comercial do Brasil e de São Paulo, Variação Percentual, Primeiro Bimestre, 2006 / 2005
 

Total
Agronegócio
Ano Exportação Importação Saldo Exportação Importação  Saldo
Brasil
18,6
20,7
14,1
7,5
6,8
7,7
São Paulo
15,8
13,7
29,0
3,2
1,7
4,1

Fonte: IEA/APTA/SAA-SP, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

_________________________
1 Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
2 Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
3 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio paulista foi de US$ 1,07 bilhão.
4 Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit do agronegócio brasileiro foi de US$ 4,88 bilhões.

Veja também a tabela: Balança Comercial dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Resumo Mensal, 2005 e 2006

Data de Publicação: 28/03/2006

Autor(es): Nelson Batista Martin (nbmartin@uol.com.br) Consulte outros textos deste autor
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