Exportações dos agronegócios brasileiros: vendas para a Argentina em 2006

            As exportações dos agronegócios brasileiros para a Argentina totalizaram US$ 1,57 bilhão em 2006, o que corresponde a um incremento 7,6% em relação ao US$ 1,46 bilhão obtido em 2005. Esse desempenho mostra-se menor do que o verificado nas exportações totais brasileiras (16,2%), nas exportações totais para a Argentina (18,1%) e nas vendas externas dos agronegócios (12,3%) em igual período (tabela 1).

Tabela 1 - Exportações brasileiras para a Argentina, 2005 e 2006, em US$ 1000

Total/ setor
2005
2006
Variação (%)
Exportação do Brasil
118.308.269
137.469.700
16,20
Exportação para Argentina
9.915.423
11.713.819
18,14
Exportação dos Agronegócios
46.297.336
52.002.183
12,32
Agronegócios para .Argentina 
1.459.081
1.569.466
7,57

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            A representatividade das vendas para a Argentina nas exportações brasileiras manteve-se no mesmo nível, ou seja, de 8,4% em 2005 e de 8,5% em 2006. Já nas exportações dos agronegócios, a proporção diminui um pouco, de 3,2% em 2005 para 3,0% em 2006. Das vendas para a Argentina, os agronegócios responderam por 14,7% em 2005 e por 13,4% em 2006. Este é um dos poucos mercados cujas exportações dos agronegócios não foram relevantes (tabela 2). Logo, a manutenção do MERCOSUL é do interesse quase que exclusivamente da indústria e dos serviços.

Tabela 2 - Participação das vendas para a Argentina nas exportações brasileiras de janeiro a setembro, 2005 e 2006, em porcentagem

Participação
2005
2006 
Agronegócios p/Argentina nos agronegócios 
3,15 
3,02 
Agronegócios nas vendas p/ Argentina
14,72 
13,40 
Agronegócios p/Argentina nas exportações totais
1,23
1,14 
Exportações p/Argentina nas exportações totais
8,38 
8,52 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Ao tomar o perfil de agregação de valor das exportações dos agronegócios para a Argentina, ensejadas em 2006, verifica-se que o Brasil vende para esse país principalmente produtos manufaturados. As vendas desse nível de agregação de valor, nas transações com a Argentina, atingiram 83,7% em 2006. Já a participação desse perfil de produto nas exportações setoriais totais foi de 35,7% (tabela 3).

Tabela 3 - Participação dos diferentes perfis de agregação do valor nas exportações dos agronegócios brasileiros para a Argentina no ano de 2006, em porcentagem   

Agregação de valor
Total 
Argentina 
Básicos
43,91 
10,38 
Semi-manufaturados 
20,40 
5,96 
Manufaturados
35,69 
83,66 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

Há enorme concentração das exportações dos agronegócios brasileiros para a Argentina. Os cinco principais grupos de cadeias de produção, que em 2005 consolidaram negócios de US$ 1,31 bilhão e representaram 89,8% do total, em igual período de 2006 somaram US$ 1,39 bilhão, com o que passam a significar 88,8% das vendas concretizadas. Destaque para o grupo de bens de capital e insumos, no qual estão incluídos máquinas e equipamentos, que atingiu US$ 467,81 milhões (32,1%) em 2005, reduzindo-se em 5,9%, para US$ 440,39 milhões, em 2006 (tabela 4).

Tabela 4 - Principais grupos de cadeias de produção das exportações dos agronegócios brasileiros para a Argentina, 2005 e 2006

Grupos
2005 
2006 
Variação % 
US$ 1000 
US$ 1000 
Bens de capital/insumos
467.810
32,06
440.394
28,06
-5,86
Produtos florestais
346.063
23,72
402.162
25,62
16,21
Têxteis
289.469
19,84
328.471
20,93
13,47
Café e estimulantes
129.964
8,91
139.455
8,89
7,30
Agronegócios especiais
76.559
5,25
83.036
5,29
8,46
Subtotal
1.309.865
89,77
1.393.519
88,79
6,39
Bovídeos
39.543
2,71
48.529
3,09
22,72
Suínos e aves
42.408
2,91
43.923
2,80
3,57
Cereais / leg./ oleaginosas
15.210
1,04
23.440
1,49
54,11
Fumo
14.152
0,97
22.402
1,43
58,29
Pescado
9.322
0,64
13.816
0,88
48,21
Frutas
16.607
1,14
13.331
0,85
-19,73
Olerícolas
8.536
0,59
7.381
0,47
-13,53
Cana e sacarídeas
2.632
0,18
2.222
0,14
-15,58
Flores e ornamentais
804
0,06
903
0,06
12,30
Subtotal
149.215
10,23
175.947
11,21
17,91
Total
1.459.081
100,00
1.569.466
100,00
7,57

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

            Ao destacar a agregação de valor para os principais grupos de cadeias de produção transacionados com a Argentina, nota-se a elevada participação em 2006, dos produtos manufaturados que somaram US$ 1,31 bilhão (83,7%). E, dentre os manufaturados, os bens de capital e insumos com US$ 440,01 milhões, que correspondem a 99,9% das vendas desse grupo de mercadorias (tabela 5).

Tabela 5 - Agregação de valor nos principais grupos de cadeias de produção das exportações dos agronegócios brasileiros para a Argentina, no ano de 2006

Básicos
Semi-manufaturados
Manufaturados
Grupos
US$ 1000 
%
US$ 1000 
%
US$ 1000 
Agronegócios especiais 
10.734 
12,93 
4.015 
4,83
68.288 
82,24 
Bens de Capital e insumos 
33 
0,01 
350 
0,08 
440.011 
99,91 
Bovídeos 
61 
0,13 
4.513 
9,30 
43.955 
90,57 
Café e estimulantes 
48.672 
34,90
57.417 
41,17 
33.366 
23,93 
Cana e sacarídeas 
-
25 
1,10 
2.198 
98,90 
Cereais, leg. e oleaginosas 
8.451 
36,05 
1.107 
4,72 
13.882 
59,23 
Flores e ornamentais 
147 
16,22 
-
-
756 
83,78
Frutas 
8.488 
63,67 
308 
2,31 
4.535 
34,02 
Fumo 
5.532
24,69 
-
16.870
75,31 
Olerícolas 
3.351 
45,40 
10 
0,14
4.020 
54,46 
Pescado 
2.708 
19,60 
0,02 
11.105 
80,38 
Produtos florestais 
207 
0,05 
25.702 
6,39 
376.253 
93,56 
Suínos e aves 
39.462 
89,85 
44
0,10
4.416 
10,05 
Têxteis 
35.116 
10,69 
47 
0,01 
293.308 
89,29 
Exportações Totais 
162.962 
10,38 
93.540 
5,96 
1.312.963 
83,66 

Fonte: Elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola, a partir de dados básicos da SECEX/MDIC

 Exportações para Argentina, por Grupo de Mercadorias e Fator Agregado, Brasil, 2005 e 2006(1).

Data de Publicação: 31/12/2006

Autor(es): José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor