Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de 2007, Janeiro a Setembro

            De janeiro a setembro de 2007, as exportações do Estado de São Paulo1 somaram US$37,82 bilhões (32,4% do total nacional), e as importações2, US$34,65 bilhões (40,5% do total nacional), registrando superávit de US$3,17 bilhões. Em relação ao período de janeiro a setembro de 2006, o valor das exportações paulistas aumentou 13,0% e o das importações, 27,8%, reduzindo o saldo comercial (Figura 1). O desempenho paulista de crescimento nas exportações (+13,0%), comparando-se o conjunto dos primeiros nove meses de 2006 e de 2007, ficou pouco abaixo da média brasileira (+15,5%). Nas importações também ocorreu menor incremento em São Paulo (+27,8%) do que no Brasil (+28,3%). Assim, na conjunção das performances das exportações e importações, o saldo da balança comercial paulista teve expressiva queda (-50,2%), enquanto o da brasileira apresentou menor redução (-9,6%).
Figura 1 - Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.
 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            Os agronegócios paulistas também apresentaram exportações crescentes (+11,9%), atingindo US$11,64 bilhões, enquanto as importações aumentaram 25,6%, somando cerca de US$3,88 bilhões, com saldo de US$7,76 bilhões3, 6,2% maior do que o de janeiro a setembro de 2006 (Figura 2). Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$30,77 bilhões para exportações de US$26,18 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$4,59 bilhões de janeiro a setembro de 2007. Assim, conclui-se que os superávits do comércio exterior paulista continuam a depender do desempenho dos agronegócios estaduais.

Figura 2 - Balança Comercial dos Agronegócios Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.

 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            A participação das exportações dos agronegócios paulistas no total do Estado reduziu-se em 0,3 ponto percentual, enquanto a participação das importações diminuiu 0,2 ponto percentual, na comparação dos primeiros nove meses de 2006 e 2007 (Figura 3).

Figura 3 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.

 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            A balança comercial brasileira registrou superávit de US$30,94 bilhões de janeiro a setembro de 2007, com exportações de US$116,60 bilhões e importações de US$85,66 bilhões. Esse superávit, 9,6% menor do que o do mesmo período em 2006, aconteceu em função de aumento nas exportações (+15,5%) inferior ao das importações (+28,3%) (Figura 4).

Figura 4 - Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.

 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            Nos nove primeiros meses de 2007, as exportações dos agronegócios brasileiros cresceram 19,2% em relação ao ano anterior, atingindo US$45,22 bilhões (38,8% do total). Já as importações do setor aumentaram 46,2%, também em comparação com janeiro a setembro de 2006, somando US$12,00 bilhões (14,0% do total). O superávit dos agronegócios de janeiro a setembro de 2007 foi de US$33,22 bilhões4, 11,8% superior ao do mesmo período do ano anterior (Figura 5). Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$71,38 bilhões e importações de US$73,66 bilhões, produziram no período um déficit de US$2,28 bilhões.

Figura 5 - Balança Comercial dos Agronegócios, Brasil, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.

 

Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            As participações dos agronegócios nos totais do País cresceram tanto em termos das exportações (+1,2 ponto percentual) como das importações (+1,7 ponto percentual) (Figura 6).

            A participação paulista no total da balança comercial brasileira caiu em termos das exportações (-0,8 ponto percentual) e também diminuiu ligeiramente no tocante às importações (-0,1 ponto percentual) (Figura 7).

Figura 6 - Participação dos Agronegócios na Balança Comercial, Brasil, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.

 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
 
 

Figura 7 - Participação da Balança Comercial Paulista no Total do Brasil, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.

 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            Em relação aos agronegócios brasileiros, as exportações setoriais de São Paulo nos primeiros nove meses de 2007 representaram 25,7%, ou seja, 1,7 ponto percentual a menos que no mesmo período de 2006, enquanto as importações representaram 32,3%, sendo 5,3 pontos percentuais inferior à verificada no ano anterior (Figura 8).

Figura 8 - Participação do Agronegócio Paulista no Brasileiro, Balança Comercial, Janeiro a Setembro de 2006 e 2007.

 
Fonte: Elaborada pelo IEA/APTA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            Os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios paulistas, de janeiro a setembro de 2007, foram: cana e sacarídeas (US$3,55 bilhões), bovídeos-bovinos (US$2,42 bilhões); frutas (US$1,73 bilhão), produtos florestais (US$1,32 bilhão) e agronegócios especiais (US$578,51 milhões), que juntos perfizeram 82,4% das exportações setoriais paulistas (Tabela 1).

TABELA 1 - Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2007
Grupo de mercadorias
US$1.000
%
Cana e sacarídeas
3.546.348
30,47
Bovídeos - bovinos 
2.420.120
20,79
Frutas
1.727.087
14,84
Produtos florestais
1.316.838
11,31
Agronegócios especiais
578.508
4,97
Cereais/leguminosas/oleaginosas
538.118
4,62
Bens de capital/insumos 
509.030
4,37
Café e estimulantes
423.519
3,64
Suínos e aves
272.221
2,34
Têxteis
253.507
2,18
Flores e ornamentais
22.565
0,19
Olerícolas
19.400
0,17
Pescado
9.549
0,08
Fumo
1.822
0,02
Agronegócios
11.638.632
100,00

Fonte: Elaborada pelo IEA a partir dos dados básicos da SECEX/MDIC.

            Em âmbito nacional, os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações dos agronegócios foram: cereais/leguminosas/oleaginosas (US$10,50 bilhões), produtos florestais (US$6,71 bilhões); bovídeos-bovinos (US$6,65 bilhões); cana e sacarídeas (US$5,03 bilhões) e suínos e aves (US$4,47 bilhões), que totalizam 73,8% das vendas externas dos agronegócios (Tabela2).

TABELA 2 - Exportações dos Agronegócios, por Grupo de Mercadorias, Brasil, Janeiro a Setembro de 2007

Grupo de mercadorias
(mil US$)
%
Cereais/leguminosas/oleaginosas
10.503.964
23,23
Produtos florestais
6.711.610
14,84
Bovídeos - bovinos 
6.654.181
14,71
Cana e sacarídeas
5.026.118
11,11
Suínos e aves
4.472.851
9,89
Café e estimulantes
3.045.392
6,73
Frutas
2.421.584
5,35
Fumo
1.707.197
3,77
Bens de capital/insumos 
1.603.746
3,55
Agronegócios especiais
1.363.081
3,01
Têxteis
1.287.234
2,85
Pescado
234.417
0,52
Olerícolas
159.762
0,35
Flores e ornamentais
32.691
0,07
Agronegócios
45.223.828
100,00

Fonte: Elaborada pelo IEA a partir dos dados básicos da SECEX/MDIC.

            A quantidade exportada5 de produtos dos agronegócios brasileiros cresceu 8,2% de janeiro a setembro de 2007, quando comparada com a do mesmo período de 2006, enquanto a quantidade exportada pelo Estado de São Paulo teve aumento de 9,6%. Os preços dos produtos exportados pelos agronegócios subiram 10,2% em nível nacional e 2,2% no âmbito de São Paulo (Tabela 3).

TABELA 3 - Variação Percentual dos Índices de Quantidade e de Preço das Exportações de Produtos dos Agronegócios, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 20071
 

Setor
Brasil
São Paulo
Quantidade
Preço
Quantidade
Preço
Agronegócios
8,23
10,15
9,56
2,17
Agronegócios exc. bens de capital/insumos
8,34
10,18
11,32
1,67

1Variações em relação a igual período do ano anterior, baseadas em índices calculados pela fórmula de Fisher.

Fonte: Elaborada pelo IEA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            Cerca de 52,0% do valor das exportações brasileiras dos agronegócios de janeiro a setembro de 2007 corresponderam, em nível nacional, a produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados) e 48,0% a produtos básicos. No Estado de São Paulo, os produtos básicos representam apenas 20,0% e a participação de produtos industrializados dos agronegócios mostra-se muito maior (80,0%), evidenciando índices superiores de agregação de valor (Tabela 4).

TABELA 4 - Exportações dos Agronegócios por Fator Agregado, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2007
Fator agregado

(produtos)

Brasil
São Paulo
SP/Br
US$ mil
%
US$ mil
%
(%)
Básicos
21.689.075
47,96
2.326.035
19,99
10,72
Semimanufaturados
8.211.677
18,16
2.502.394
21,50
30,47
Manufaturados
15.323.076
33,88
6.810.203
58,51
44,44
Agronegócios
45.223.828
100,00
11.638.632
100,00
25,74

Fonte: Elaborada pelo IEA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.

            Entre as categorias de uso, observa-se que matérias-primas e produtos intermediários foi o grupo predominante no período de janeiro a setembro de 2007, representando 58,5% do valor total de exportações nacionais de mercadorias dos agronegócios. No caso do Estado de São Paulo, esse grupo tem participação pouco inferior (48,4% do valor total) ao de bens de consumo (48,5%)(Tabela 5).

TABELA 5 - Exportações dos Agronegócios por Categoria de Uso, Brasil e Estado de São Paulo, Janeiro a Setembro de 2007
Categorias de uso
Brasil
São Paulo
SP/Br
US$ mil
%
US$ mil
%
(%)
Bens de capital
1.245.008
2,75
365.941
3,14
29,39
Bens de consumo 
17.517.915
38,74
5.644.710
48,50
32,22
Matérias-primas e produtos intermediários
26.460.905
58,51
5.627.981
48,36
21,27
Agronegócios
45.223.828
100,00
11.638.632
100,00
25,74

Fonte: Elaborada pelo IEA a partir de dados básicos da SECEX/MDIC.
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1Estado produtor (Unidade da Federação exportadora), para efeito de divulgação estatística de exportação, é a Unidade da Federação onde foram cultivados os produtos agrícolas, extraídos os minerais ou fabricados os bens manufaturados, total ou parcialmente. Neste último caso, o estado produtor é aquele no qual foi completada a última fase do processo de fabricação para que o produto adote sua forma final.
2Estado importador (Unidade da Federação importadora) é definido como a Unidade da Federação do domicílio fiscal do importador.
3Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios paulistas foi de US$8,43 bilhões.
4Excluindo-se bens de capital e insumos provenientes dos Demais Setores, o superávit dos agronegócios brasileiros foi de US$36,71 bilhões.
5As discussões sobre quantidades e preços baseiam-se em resultados provenientes do cálculo de índices pela fórmula de Fischer.

Palavras-chave: agronegócio, balança comercial, exportações, importações.

 

Data de Publicação: 22/10/2007

Autor(es): José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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