Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2015/16, Junho de 2016


 

1 - INTRODUÇÃO

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), realizou, entre 1 e 24 de junho de 2016, o levantamento da previsão e estimativa da safra agrícola 2015/16. Os resultados foram obtidos aplicando o método subjetivo2, que consiste da pesquisa e sistematização dos dados fornecidos pelos técnicos das Casas de Agricultura, em cada um dos 645 municípios do Estado de São Paulo.

Os resultados parciais e finais da safra atual de área e produção dos produtos agrícolas de maior expressão econômica estão disponibilizados na tabela 1 para o Estado de São Paulo.

Com base nos resultados, a colheita de grãos da safra 2015/16 (considerando as estimativas parciais de produções para as culturas do milho segunda safra, feijão de inverno, trigo e triticale que finalizam em setembro) deve somar 8,24 milhões de toneladas, representando acréscimo de 7,0% em relação ao ano agrícola anterior. Essa variação se deve à maior produção da soja e do amendoim das águas (incremento de 511 mil toneladas e 43 mil toneladas, respectivamente), combinadas com ganhos de produtividade e aumento de 9,6% de área plantada.

 

2 – ACOMPANHAMENTO DA SAFRA AGRÍCOLA 2015/16 DAS CULTURAS ANUAIS

O levantamento atual (junho/2016) apresenta os números finais da safra agrícola 2015/16 das culturas da seca (amendoim, batata, feijão), que se juntam com as culturas das águas, já finalizadas nos meses anteriores e, também, tem as informações finais para as culturas do algodão, arroz, cebola de bulbinho, milho e soja da primeira safra e das uvas.

Para as demais culturas como banana, batata e feijão de inverno, cana para indústria, cebola muda e plantio direto, laranja, mandioca, milho da segunda safra, tomate, trigo e triticale, as informações são parciais, portanto, refletem a situação dessas culturas que serão encerradas nos próximos levantamentos de setembro e/ou de novembro/2016. 


2.1 - Algodão

Os números finais para cotonicultura paulista apresentam pequeno acréscimo de 4,2% na área cultivada (4,8 mil hectares) e de 4,4% na produção, totalizando 14,5 mil toneladas em relação à safra passada. Esse quadro representa ligeira recuperação da atividade depois da forte retração de 2014/15 em virtude de condições menos favoráveis no mercado da fibra.

 

2.2 - Amendoim

As previsões para a safra da seca do amendoim 2015/2016, quando comparadas à safra anterior, apontam forte retração na área plantada e, por consequência, redução na produção, estimada em apenas 3,8 mil toneladas. Essa realidade, conforme discutido em Martins (2011)3, vem sendo construída desde do início dos anos 2000 e tem relação com a dinâmica de produção da cana-de-açúcar e sua expansão para o oeste do Estado de São Paulo, região que, historicamente, abriga a safra da seca do amendoim, caracterizando, assim, a tendência da produção paulista de amendoim ser realizada em uma única safra, com predominância no período das águas.

Porém, somados os dois plantios de amendoins (águas e da seca), a produção paulista apresentou crescimento de 9,0% em relação à safra 2014/15 com 401,6 mil toneladas colhidas, devido sobretudo aos ganhos de produtividade de 6,7%, uma vez que a área plantada aumentou 2,1% (112,9 mil hectares).

 

2.3 - Arroz

A estimativa final da safra 2015/16 de arroz (de sequeiro, várzea e irrigado) apontou para uma produção de 61,6 mil toneladas, 3,5% menor que a obtida na safra passada, por conta da redução de área cultivada (10,5%), mas com elevação na produtividade (7,7%).

Quanto à área cultivada, constatou-se maior diminuição de área no arroz de sequeiro com 17,1% contra 8,4% no arroz irrigado. A substituição por outras culturas que têm maior rentabilidade pode justificar essa queda de área, associada à concorrência com o arroz do Rio Grande do Sul (principal produtor do Brasil). Porém, mesmo com a atividade recuando nos últimos anos no Estado de São Paulo, ela tem papel fundamental na economia regional, principalmente na região do Vale do Paraíba, que participa com 67% da produção paulista.

 

2.4 - Batata da seca e de inverno

O mercado de batata tem menor oscilação de oferta por ser abastecido com a produção de quatro regiões brasileiras (Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste) e três cultivos: águas (com a safra encerrada em fevereiro), seca (safra encerrado em junho) e inverno (safra a encerrar em setembro).

O levantamento de junho é o final da safra 2015/16 para a batata da seca com o cultivo iniciado em janeiro-fevereiro, e apontou-se retração de área cultivada em 16,5% e produção de 7,4%, com 223,2 mil toneladas colhidas ante 240,9 mil toneladas na safra 2014/15. Essa redução de área foi verificada nas regionais de Avaré e Itapetininga com mais de mil hectares cada uma, e pode ser atribuída com a escolha dos produtores pelo cultivo da soja, em virtude da situação favorável para este produto. Quanto à produção, três regionais concentraram cerca de 90% da produção do Estado de São Paulo, sendo elas os EDRs de São João da Boa Vista, de Itapeva e de Itapetininga.

Para o cultivo da batata de inverno, principal produção no Estado de São Paulo, com início do plantio em abril-maio, as estimativas parciais indicam ligeira retração de área (1,0%) e produção prevista em 312,4 mil toneladas, 2,9% inferior na comparação com a safra passada. Dois EDRs respondem por 85% da produção paulista para safra de inverno: São João da Boa Vista (64%) e Itapeva (21%). O levantamento de setembro do corrente ano trará os números finais para a safra.

 

2.5 - Cebolas Bulbinho, de Muda e Plantio Direto

A produção de cebola em São Paulo é realizada em três cultivos: bulbinhos (soqueira), cebola de muda e plantio direto. O levantamento final da cultura da cebola de bulbinho (soqueira) para esta safra mostrou, quando comparado ao ano anterior, aumento de 28,3% na área destinada ao plantio e crescimento de 41,1% na produção (27,3 mil toneladas), enquanto a produtividade foi de 37,6 toneladas por hectare, 10,0% maior em relação à safra 2014/15.

Para a cebola de muda, em relação à safra anterior, as estimativas parciais apontam para recuperação de área cultivada em 6,4%, totalizando 2,5 mil hectares em 2016. A produção prevista de 91,7 mil toneladas é 7,5% maior que a anterior, enquanto a produtividade esperada é de 36,6 toneladas por hectare, praticamente estável (1,0%) quando comparada a 2015.

 A cebola de plantio direto na palha consiste no principal sistema de cultivo dessa cultura. Na safra corrente, a produção esperada é de 119,2 mil toneladas, 1,9% menor, por conta da retração de 2,0% de área cultivada (2,5 mil hectares). Para a produtividade, o levantamento aponta para 48,2 t/ha, a mesma do ano de 2015.

Somadas as produções dos três tipos de cultivos de cebola no estado, prevê-se que sejam colhidas 238,2 mil toneladas em 2016; distribuídas regionalmente, a representatividade mostra que apenas 4 regionais dominam praticamente toda produção no Estado de São Paulo, sendo elas, na ordem: EDR de São João da Boa Vista (41,7%), EDR de Jaboticabal (35%), EDR de Sorocaba (11,7%) e EDR de Itapeva (6,7%).

2.6 - Feijão da Seca e Inverno

O levantamento final realizado no campo em junho confirmou a queda da área plantada de feijão da seca (20,6%) com 15,9 mil hectares, para uma produção final de 31,7 mil toneladas, 18,2% inferior em relação à safra passada, com a produtividade maior de 3,0% (1.995 kg/ha). Essa queda de área cultivada pode ser atribuída ao atraso da colheita da soja no mês de fevereiro/2016 (excesso de chuva), que inviabilizou o plantio do feijão da seca e, também, a opção dos produtores pelo cultivo do milho da segunda safra, que naquele momento do plantio apresentava preços mais atraentes.

 Para a safra de feijão de inverno (irrigado e sem irrigação), o segundo levantamento apresentou retração de área plantada (0,4%). É esperada, porém, maior produção a ser colhida (4,1%), com 68,7 mil toneladas e incremento de 4,5% na produtividade com 2.460 kg/ha. Este resultado pode ser alterado devido a ocorrências de geadas em regiões de produção observadas após o levantamento de junho, o que poderá afetar a produção. O levantamento de setembro (final da safra 2015/16) trará os resultados finais, apontando se a produção foi prejudicada ou não pelo evento climático.

 

2.7 - Mandioca para Indústria e Mesa

Para a cultura de mandioca para indústria é esperada uma produção de 988,4 mil toneladas, 12,0% menor em relação à safra anterior, por conta de perdas de 3,6% na produtividade e na diminuição de 8,7% na área em produção (35,0 mil hectares). Quanto à área total cultivada de 51,1 mil hectares, a redução é maior, 11,6% devido à menor exploração em área nova que aponta queda de 17,4% (16,1 mil hectares).

 Os preços da mandioca industrial, depois de longo período de baixa durante os anos de 2014 e 2015, começaram a se recuperar apenas em novembro do último ano, mas ainda assim em níveis baixos, comparativamente aos preços excepcionais vigentes, notadamente, no segundo semestre de 2013, reflexo do longo período de estiagem na região Nordeste (2012 e 2013). Portanto era de se esperar a queda de área e produção verificada no levantamento anterior.

Na mandioca para mesa, contabiliza-se uma área de 19,2 mil hectares e produção prevista em 231,2 mil toneladas, 3,0% menor que a safra passada. Destaque para a região de Mogi Mirim, que responde por 24% da produção total no Estado de São Paulo. O restante da produção é bem distribuído nas demais 39 regiões (EDRs).

 

2.8 - Milho

Os números finais da estimativa 2015/16 para a cultura do milho de primeira safra apontam redução de 4,3% na área plantada (incluindo milho irrigado) e incremento de 0,8% no volume produzido. Com isso, foram estimados ganhos de produtividade de 5,3%. A redução de área plantada está vinculada à decisão de muitos produtores pela soja, dada a boa rentabilidade da cultura no período, além dos ganhos de produtividade serem resultados de favoráveis condições climáticas no desenvolvimento da lavoura. A tabela 2 mostra a participação dos principais EDR’s em área e produção no período.

 


 

O terceiro levantamento de dados de milho safrinha aponta problemas na produção devido à estiagem ocorrida no estado em momento importante para o desenvolvimento da cultura. Estima-se até o momento redução de 15,5% na produtividade, número que pode aumentar, dado que o reflexo total deste evento climático será mensurado no próximo levantamento (setembro). A área em produção teve significativo aumento em relação ao ano anterior (17,6%), relacionando a queda na produtividade com o aumento de área, e espera-se redução no volume produzido de 0,6%.

 

2.9 - Soja

Nesse levantamento, encerrou-se a safra 2015/16 da cultura da soja. Os resultados confirmam a tendência de expansão no Estado de São Paulo, com acréscimo de 10,1% na área plantada, que alcançou 834,9 mil hectares. A produção foi estimada em 2,7 milhões de toneladas, 22,9% maior que a obtida na safra passada, com ganhos na produtividade de 11,6%. A liquidez associada à demanda tanto do grão como dos derivados – óleo e farelo - nos mercados doméstico e internacional justificam maior interesse do cultivo da oleaginosa.

Em termos de participações de produção do grão no Estado, os principais EDRs são: Itapeva (25,9%), Assis (15,2%), Ourinhos (8,3%), Orlândia (8,1%), Avaré (7,8%), Itapetininga (7,0%), Presidente Prudente (4,9%), Barretos (4,4%) e Araçatuba (3,4%).

 

2.10 - Tomate de Mesa e para Indústria

O levantamento atual da safra de tomate envarado ou de mesa, em relação ao levantamento final de 2015, aponta crescimento de 10,8% na área plantada, passando de 8.220 para 9.107 hectares, e a produção passa de 605,6 mil toneladas para 662,0 mil toneladas, aumento de 9,3% e perda de 1,3% na produtividade (72,7 t/ha).

Para o tomate rasteiro (destinado à indústria), tem-se queda de área cultivada de 19,6% em relação à safra passada, com 3,1 mil hectares. Porém, em relação ao levantamento de abril/2016, houve expansão de área de 19,0% (490 hectares). Na produção é esperada queda de 17,5%, devendo ser colhidos 18,0 mil toneladas do fruto e ganhos de 2,7% na produtividade média de 84,4 t/ha.

 

2.11 - Trigo

O levantamento de junho de 2016 confirmou a redução de 11,4% na área cultivada com trigo em São Paulo. A opção dos produtores pelo milho safrinha, cujos preços encontram-se em patamares elevados, pode ter sido a principal causa dessa redução. Ressalta--se que, por ocasião da época de decidir pelo plantio de um ou outro cereal, outros fatores contribuíram na perspectiva de queda nos preços do trigo: as mudanças na política agrícola argentina, os estoques mundiais em níveis recordes e pelo risco representado em termos de clima como de mercado. Quanto à produção, a previsão é de serem colhidas 193,6 mil/t, queda de 19,0% em relação à safra anterior, devido à produtividade menor em 8,6%.

 

3 – ACOMPANHAMENTO DA SAFRA AGRÍCOLA 2015/16 DAS CULTURAS SEMIPERENES E PERENES

3.1 - Banana

A terceira estimativa da cultura da banana de junho de 2016, para o Estado de São Paulo, mostra pequena variação negativa, tanto da área (-3,1%), como da produção (-1,4%). Contudo, nesse levantamento, há pequeno aumento de produtividade estadual de 1,6%. O produto totalizou 56,9 mil hectares de área cultivada (4,1 mil ha de área nova e 52,8 mil ha em produção). O volume esperado de produção é de 1,14 milhão de toneladas da fruta. Os principais EDRs no cultivo da banana são: Registro com 33,4 mil ha e 787 mil toneladas; São Paulo com 4,6 mil ha e 71 mil t, Jales com 3,8 mil ha e 38 mil t e Avaré com 1,1 mil ha e 30 mil t. No entanto, o EDR de Avaré tem apresentado, nas últimas previsões, uma produtividade que a diferencia das outras EDRs (acima de 43 mil/t por hectare), enquanto Registro apresenta produtividade ao redor de 23 mil t/ha a 24 mil t/ha.

 

 

3.2 - Café

Em junho de 2016, conduziu-se o quarto levantamento subjetivo da safra paulista de café arábica 2015/16 (produção) - 2016/17 (comercial). Com previsão de colheita de 5,97 milhões de sacas (equivalente a 355,61 mil toneladas), houve incremento de 4,55% na quantidade de café a ser colhida frente ao resultado anteriormente apurado (abril/2016). Comparativamente à estimativa final da safra 2014/15 (setembro de 2015), a corrente safra excede a anterior em 45,96%.

No período compreendido entre 2000 e 2015, a expectativa de colheita constitui-se em recorde dos 16 anos considerados. Comparativamente à pior safra do período de 2000/01, quando foram obtidas 2,91 milhões de sacas, a atual é 105,15% superior e 11,38% maior frente a de 2011/12, quando se estimou colheita de 5,36 milhões de sacas.

Em parte, o expressivo salto na expectativa de produção da corrente safra, decorre das repercussões das anomalias climáticas observadas em 2013/14 e 2014/15, que restringiram a produtividade média das lavouras. Embora tenham sido observadas elevadas temperaturas no princípio do ano e excesso de precipitações no segundo trimestre, ambas as ocorrências climáticas não afetaram a produção em quantidade, ainda que se registrem prejuízos em termos de qualidade da bebida.

Comparando-se o levantamento final da safra 2014/15 (setembro de 2015) com os resultados apurados no quarto levantamento de 2016, a EDR de Franca exibe incremento na expectativa de colheita de 150%, seguida pela EDR de Avaré, com 32% de acréscimo em sua estimativa de produção. Também se destacou a EDR de São João da Boa Vista, com elevação de 23%.

 

3.3 - Cana-de-açúcar

Em junho de 2016, persiste a mesma tendência registrada no levantamento do mês de abril/2016. A área em produção estimada para colheita de cana-de-açúcar apresenta ligeira queda (0,9%), sobressaindo os valores negativos relativos a área nova (8,6%). Assim, este levantamento mostra que, de 2015 para 2016, ocorre retração na expansão de novos cultivos da cultura no estado, notadamente nos EDRs de: Mogi-Mirim (-56,1%), Jales (-51,6%), Itapetininga (-45,4%), Franca (-37,2%), Fernandópolis (-30,6%), Jaú (-28,1%), São José do Rio Preto (-26,1%), Presidente Venceslau (-22,9%), Araraquara (-20,2%), Piracicaba (-19,7%), Presidente Prudente  (-19,6%),  Lins  (-15,7%),  General  Salgado (-13,3%),  Votuporanga  (-13,0%), Botucatu (-10,2%), Ribeirão Preto (-7,7%), Assis (-6,9%) e Bauru (-6,5%). Ressalte--se que, nessas regionais, as retrações em termos de área nova representam 42.616 hectares e área em produção de 100.628 hectares. Esse valor é equivalente a diferença entre as áreas em produção da safra passada com a atual, que perfazem 6,0 milhões de hectares. Em relação ao rendimento, a safra atual, comparada à anterior, é 1,5% superior, visto o rendimento sofrer um incremento em torno de 1,1 t/ha, contribuindo para leve elevação de 0,6% na produção estadual, que poderá atingir 438,7 milhões de toneladas.

 

3.4 - Laranja

O volume total previsto para a cultura da laranja, decorrente do levantamento realizado no campo em junho de 2016, foi de 284,9 milhões de caixas de 40,8 kg, 3,5% inferior ao obtido na safra de 2015 (295,4 milhões de caixas de 40,8 kg). Esses números incluem tanto as frutas comerciais (indústria e mesa), quanto os frutos provenientes de pomares não expressivos economicamente, e as perdas relativas ao processo produtivo e às de colheita. A estimativa da produção efetiva será conhecida por meio do levantamento feito no campo em novembro.

O comportamento dessa safra está se apresentando diferenciado nas regiões paulistas, como já verificado no levantamento anterior. Enquanto regionais como Araraquara, Avaré, Botucatu, Bragança Paulista, Fernandópolis e Jales apresentaram condições climáticas favoráveis para o bom desenvolvimento da safra, aparecimento de novas floradas e uso cada vez maior de irrigação, os EDRs de Votuporanga, Tupã, General Salgado, principalmente, sentiram os efeitos do fenômeno climático El Nino, que em meados de outubro elevou as temperaturas mínimas a ponto de causar abortamento significativo de chumbinhos (alguns já com tamanho semelhante ao de uma azeitona) e praticamente não houve novas floradas. Ademais, as constantes chuvas em algumas regiões ocasionadas pelo mesmo fenômeno influenciarão negativamente a nova temporada (2016), com redução de até 20% no total da produção em comparação a safra anterior, segundo estimativa do segmento.

Quanto à área total plantada, prevê-se menor área cultivada (2,8%), relativamente ao ano agrícola anterior. Na atual safra, continua o decréscimo das plantas em produção, já registrado em levantamentos anteriores, o que pode indicar a continuidade no processo de erradicação, por conta da eliminação de pomares comprometidos com a incidência de problemas fitopatológicos, principalmente cancro cítrico e HLB (greening). Contudo, a presente safra mostra novos plantios em regionais como Catanduva, Itapetininga, Lins, Mogi Mirim e São João da Boa Vista. Assim sendo, a área total plantada atinge a marca de 458,2 mil hectares, para a atual safra, sendo que em 93,4% desta área deverá ser feita a colheita. Não obstante fatos como a disseminação mais intensa dos problemas fitopatológicos (em especial cancro cítrico e HLB - greening), agravados pelo aumento do custo de produção da cultura e aliados à alta dos preços dos defensivos, poderão contribuir para a diminuição da área de citros no estado.

Vale salientar que os números da atual safra estão sendo ainda consolidados, aguardando as pesquisas a serem realizadas no campo em setembro e novembro.

 

3.5 - Seringueira

Pela importância que a cultura da seringueira tem assumido nos últimos anos no Estado de São Paulo, os resultados finais de área plantada e produção estão sendo disponibilizados na tabela 1 (total estadual), na tabela 4 por EDR e na tabela 5 por RA.

A estimativa final para seringueira da safra 2015/16 apontou que o cultivo passou de 105,1 mil hectares da safra passada para 111,1 mil hectares, aumento de 5,7%, sendo que 37,7 mil hectares são em área nova e 73,3 mil hectares em produção. A produção foi estimada em 180,9 mil toneladas de coágulo, 5,2% maior que a apurada na safra anterior, e a produtividade permanece a mesma do ano anterior, com média de 2.466 kg de coágulos/ha (ou de 6,17 kg/pé).  

A exploração da seringueira está situada, principalmente, na região norte-noroeste do Estado, tendo o EDR de São José do Rio Preto o maior polo produtor, com 28,8% da produção paulista, seguido pelos EDR de General Salgado (13,9%) e Barretos (11,0%) (Figura 1).

                                     

 

4 – INDICADORES DA AGRICULTURA

Para a elaboração dos números índices (Laspeyres) que refletem a evolução da agricultura paulista no ano agrícola 2015/16 em comparação ao período anterior, foram selecionadas as lavouras mais importantes em valor da produção. Os resultados agregados indicam aumentos de 4,62% do volume produzido, em consequência de ganhos de 4,16% na produtividade da terra, uma vez que a área cultivada teve decréscimo de 0,16%. De modo geral, esses resultados positivos para a agricultura paulista são reflexo da maior produtividade das culturas perenes e semiperenes e dos grãos que apresentaram os mesmos índices de 4,70% cada (Tabela 3). 

 



 

Os resultados deste levantamento encontram-se nas tabelas 1 e 6 para o Estado de São Paulo, por Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) na tabela 4 e por Região Administrativa (RA) na tabela 5. O próximo levantamento, a ser efetuado em setembro de 2016, trará informações de intenção de plantio das culturas da safra de verão para 2016/17 e resultados finais dos produtos agrícolas de inverno e das culturas perenes (banana e café) da safra 2015/16.  

  

______________________________________________________________

1Os autores agradecem aos técnicos do DEXTRU, das Casas de Agricultura e diretores dos EDRs, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), pelo desempenho no levantamento. Também agradecem os comentários dos pesquisadores do CPDEEA do IEA, a colaboração dos técnicos de apoio do CPDIEA Talita Tavares Ferreira, Getúlio Benjamin da Silva e Maria Cristina T. J. Rowies, de Irene Francisca Lucatto do Departamento Administrativo e da equipe do Núcleo de Informática para os Agronegócios do IEA.

 

2Entende-se por método subjetivo a coleta e sistematização de dados fornecidos pelos técnicos da Casa de Agricultura (CATI), em função de seu conhecimento regional e/ou da coleta de dados de forma declaratória, fornecida pelo responsável pela unidade de produção.

 

3MARTINS, R. Produção de amendoim e expansão da cana-de-açúcar na Alta Paulista, 1996-2010. Informações Econômicas, São Paulo, v. 41, n. 6, p. 5-16, jun. 2011. 

 

 

 

Palavras-chave: previsão de safras, área e produção, Estado de São Paulo, estatísticas agrícolas, seringueira.


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Data de Publicação: 17/08/2016

Autor(es): José Alberto Angelo (jose.angelo@sp.gov.br) Consulte outros textos deste autor
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