TABELA 10 - Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 1998/1999

Previsões e estimativas das safras agrícolas do Estado de São Paulo, ano agrícola 2004/05, Abril de 2005

            Segundo o Instituto de Economia Agrícola e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, com base no 4^olevantamento de campo realizado em abril de 2005, a colheita de grãos de 2004/05 do Estado de São Paulo deve somar 7.426,06 mil toneladas, o que representa decréscimo de 4,3% em relação ao ano anterior, devido, principalmente, às reduções do volume produzido de soja safrinha (65,2%), amendoim da seca (57,0%), feijão das águas (22,2%), feijão da seca (17,3%) e arroz (10,7%).
            Para a elaboração dos índices que mostram a evolução da agricultura no ano agrícola 2004/05, em relação ao de 2003/04, foram selecionadas as atividades agrícolas mais significativas em valor da produção. Ressalte-se que a partir deste levantamento estão sendo considerados 41 produtos de origem vegetal (Tabela 2).
            Os resultados para os índices agregados mostraram perda de 0,53% na produtividade da terra e estabilidade na produção, com elevação da área plantada (1,01%), comparativamente ao ano agrícola 2003/04.
            O conjunto das culturas anuais apresenta decréscimo de 1,08% na produção, em função da queda de 1,13% na produtividade da terra, enquanto a área se manteve inalterada. Para os grãos são esperadas diminuições na produção (1,29%), na área cultivada (0,24%) e na produtividade da terra (1,06%).
            Quando se consideram as culturas perenes e semi-perenes, observam-se elevações na área total cultivada (1,55%) e na produção (0,45%), devido à queda de 0,30% na produtividade da terra.
            A estimativa final para o amendoim das águas confirmou a elevação da área plantada (25,7%), tendo sido obtidos maiores ganhos na produção (30,7%) e no rendimento (4,0%), em relação à safra passada; esses dois indicadores sofreram ligeira queda em comparação ao levantamento realizado em fevereiro de 2005, resultado dos baixos índices pluviométricos registrados nas regiões produtoras.
            Para o Estado de São Paulo, os números indicam para a cultura do algodão área de 110,3 mil hectares, 26,4% maior que a plantada no ano agrícola 2003/04, com produção de 16,4 milhões de arrobas de algodão em caroço (246,4 mil toneladas), registrando acréscimo de 14,0%, comparativamente ao ano agrícola anterior, por conta do decréscimo na produtividade agrícola. A queda de 9,8% na produtividade agrícola pode ser atribuída às adversidades climáticas prejudiciais à cultura ocorridas, principalmente, na fase de desenvolvimento da planta. Todavia, este cenário não é o mesmo em todo o Estado. Regiões como Bauru, Dracena, Jaú, Limeira Lins, Mogi-Mirim, Presidente Venceslau e São João da Boa Vista apresentam aumento de produtividade agrícola na safra 2005, comparativamente à de 2004.
            Para a cultura do arroz (sequeiro e irrigado) o quarto levantamento detectou tendência de mais perda da área (10,3%) e na produção (10,7%), com pequena variação negativa na produtividade (0,5%), em relação a safra passada.
            O acréscimo registrado de área, para a cultura da soja, foi confirmada (5,3%). Para a produção (-5,2%) e para a produtividade (-10,0%) houve inversão em relação ao levantamento anterior. Os fatores determinantes para essas mudanças são relativos, principalmente, à falta de chuvas regulares durante o ciclo da cultura.
            Quanto à soja safrinha esperam-se expressivas quedas de área (62,5%), da produção (65,2%) e da produtividade (7,2%), como já se verificara em fevereiro de 2005. Esse cenário, provavelmente, é decorrente de dois fatores: a irregularidade das chuvas e os preços desse produto não estarem atrativos na atualidade para os produtores.
            Para a cultura do milho, observou-se neste levantamento que, apesar do pequeno aumento esperado na área cultivada (0,5%), há expectativa de queda de 3,6% na produtividade, em relação à safra passada. A má distribuição das chuvas entre fevereiro e abril e o ataque da lagarta-do-cartucho são apontadas como as principais causas para o baixo rendimento em algumas regiões produtoras do Estado.
            Quanto ao milho safrinha, estão previstos: redução de área (4,4%) e pequeno acréscimo de produtividade (1,0%), com resultado de produção 3,4% inferior.
            Além do fato de a cultura de feijão estar cedendo espaço para produtos mais rentáveis, as condições climáticas não foram favoráveis ao bom desenvolvimento da cultura. Assim, para o feijão da seca, neste segundo levantamento de 2004/05, as tendências são de reduções na área (16,7%), na produção (17,3%) e na produtividade (0,7%). As informações iniciais da safra 2004/05, para o feijão de inverno, apontam para uma produtividade 14,4% superior ao do ano agrícola anterior, embora seja esperada queda de 4,0% na área plantada.
            A pequena expansão na área de trigo (3,9%), embora a comercialização da safra anterior não tenha sido satisfatória, deve-se às poucas opções de cultivo no inverno e também porque as condições climáticas não estiveram favoráveis para o milho safrinha, principal cultura concorrente por área. Esperam-se aumentos na produção (14,7%) e na produtividade (10,4%), em relação à última safra.
            A previsão da safra de mandioca indica incrementos na área de 4,5%, na produção de 23,7% e na produtividade de 1,7%, comparativamente ao ano passado. A elevação da área plantada concentra-se, principalmente, em dois EDRs: Presidente Prudente e Presidente Venceslau, onde o plantio vem sendo estimulado nos assentamentos rurais da região, pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (FUSSESP), pois há intenção da implantação de uma fábrica de farinha de mandioca.
            As retrações na área plantada (9,9%) com batata da seca e na produção (10,1%) podem ser reflexos dos efeitos negativos do clima e de preços pouco satisfatórios alcançados pelos bataticultores na última safra.
            As estatísticas iniciais para a batata de inverno indicam aumentos de área (7,6%) e de produção (13,9%), em relação à safra passada, entretanto, há indícios de que essa tendência não seja tão acentuada, esperando-se diminuições nos próximos levantamentos, uma vez que não se tem ainda conhecimento da quantidade de sementes comercializada.
            Os números para a cultura do tomate envarado, em comparação com os de 2003/04, mostram que a área plantada teve aumento de 1,9%, passando de 7,6 mil ha para 7,8 mil ha e para a produção, 6,2%, com 446,4 mil toneladas. Já a área plantada com tomate rasteiro foi de 3,7 mil ha, 11,6% menor que a safra anterior. Também observa-se queda de 6,2% na produção, porém com aumento de 6,1% no rendimento.
            As áreas plantadas com as culturas de cebola de muda e de soqueira tiveram a mesma tendência de evolução (2,5%), e de queda na produção (1,1% e 9,4%, respectivamente), quando comparado com o ano agrícola anterior.
            Embora seja esperada queda de 1,4% na área ocupada com banana, a produtividade deverá ser 5,6% maior que a do ano agrícola anterior, pois os produtores estão conseguindo controlar o mal da Sigatoka-negra, doença que tem afetado os bananais paulistas de forma mais branda que em outros estados brasileiros.
            A produção paulista de café poderá alcançar 3,3 milhões de sacas beneficiadas, 19,6% menor que a obtida na safra 2003/04, resultante de 18,6% a menos na produtividade, principalmente por conta da bianualidade da lavoura, em uma área de 243,6 mil hectares, 1,1% maior que a da safra passada.
            Na cultura da cana-de-açúcar, as previsões para 2004/05 indicam aumentos de área (2,1%), de produção (1,8%) e estabilidade na produtividade, em relação à safra anterior. As previsões são de grandes acréscimos em áreas novas, principalmente para as regiões que compõem os Escritórios de Desenvolvimento Rural de São José do Rio Preto, Fernandópolis, General Salgado e Araraquara, devido aos estímulos dados ao setor sucroalcooleiro.
            A colheita de laranja na safra agrícola 2004/05, em São Paulo, poderá atingir 350,0 milhões de caixas de 40,8kg, com queda de 3,0% em relação à passada, influenciada pela perda de 1,4% na produtividade, por conta das condições climáticas desfavoráveis durante a florada e o desenvolvimento dos frutos, em uma área de 668,9 mil ha, praticamente a mesma estimada em 2003/04. Deve-se observar que 93,2% da produção paulista concentra-se em 17 EDRs, cujas produções estão acima de 5 milhões de caixas de 40,8kg, totalizando 326,4 milhões de caixas.

Denise Viani Caser
Ana Maria Montragio Pires de Camargo
Carlos Nabil Ghobril
Felipe Pires de Camargo
José Alberto Ângelo
Juliana Di Giorgio Giannotti
Mario Pires de Almeida Olivetti
Vera Lúcia Ferraz dos Santos Francisco

Previsões e Estimativas das Safras Agrícolas do Estado de São Paulo, Ano Agrícola 2004/05, 4º Levantamento, Abril de 2005
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